Saiba como pode aproveitar o seu verão ao sol sem correr riscos de saúde

CNN Portugal , MTR
15 jun, 10:00
Praia (Lusa/Nuno Veiga)

Especialistas alertam para os riscos do excesso de exposição solar e obrigatoriedade de utilizar protetores solares que protejam contra raios UVB e UVA

Numa altura em que o calor veio para ficar é quase impossível resistir à tentação de passar o dia ao sol, numa tentativa de alcançar o “bronze perfeito”, prática que acarreta os seus riscos no que à saúde da pele diz respeito. A CNN Portugal falou com dermatologistas para perceber de que maneira podemos aproveitar o verão da melhor maneira sem pôr a nossa saúde em risco.

Maria Ribeiro Teixeira, dermatologista da Clínica Espregueira na cidade do Porto, diz que “não existe bronzeado saudável, qualquer sinal de bronze significa que a pele já foi agredida” e enquanto a curto prazo a exposição solar pode manifestar-se apenas em escaldões, a longo prazo, a exposição excessiva à luz solar é a principal causa de cancro da pele, alerta a mesma especialista, adiantando que “9 em cada 10 dos casos estão diretamente relacionados com a exposição solar”. 

Mas afinal o que devemos fazer para nos protegermos?  Segundo a dermatologista é “essencial” a utilização de um protetor solar “mínimo de fator 30”, porque “quão mais alto é o fator de proteção mais protegidos estamos.” A especialista recomenda ainda uma reaplicação do protetor solar de “duas em duas horas, após cada ida à água ou quando transpiramos”, e sublinha que é também importante procurar evitar exposição solar das 10h às 16h, altura em que a radiação ultravioleta é mais intensa. 

No dia a dia, afirma ser importante “utilizar protetor solar todos os dias”, nas partes do corpo mais expostas como “a face e as orelhas” e que o protetor a utilizar deverá ser “mineral” com um fator de proteção mínimo de 30. No caso de pessoas com alergias ao sol, a dermatologista recomenda a “utilização de roupa com proteção ultravioleta, chapéus, protetor solar mineral e exposição solar gradual”, assim como a marcação de uma consulta com um dermatologista para que se analise o caso concreto.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, foram diagnosticados mais de 1,5 milhões de casos de cancro da pele mundialmente, assim como mais de 120.000 mortes associadas à exposição solar excessiva. Em todo o mundo, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas estejam cegas devido a cataratas e cerca de 10% desses casos devem-se “a exposição indevida a raios ultravioleta”. De acordo com a OMS, a exposição solar excessiva, no que toca a crianças e adolescentes, contribui para o aumento da probabilidade de desenvolver cancro da pele.

E se os cuidados a ter com a exposição solar são importantes e relevantes para todas as faixas etárias, mais ainda quando falamos de bebés com menos de 12 meses. “Devem evitar por completo a exposição solar, mesmo sendo antes das 10 da manhã ou depois das 16h”, até porque, segundo a médica, a exposição ao sol na infância “duplica o risco de desenvolver cancro da pele ao longo da vida”. 

Ana Pedrosa, dermatologista do Hospital de S. João, reconhece as vantagens do sol, referindo que “é a maior fonte de vitamina D e que chega a ser incluído em terapeutas dermatológicas”, contudo reitera a importância de evitar a exposição solar das “11h às 16h, quando os raios ultravioleta estão mais agressivos e a sombra é menor que o nosso corpo”. Segundo a médica, é importante também utilizar protetor solar com fator de proteção 50 e que proteja tanto dos raios UVB como dos raios UVA, sendo que os últimos têm intensidade suficiente para “ultrapassar a janela do carro e não são fonte de vitamina B”. Esses raios são por isso ainda mais nocivos ao mesmo tempo que “bronzeiam mais rapidamente". Grande parte da prevenção de lesões provocadas pelo sol, está então na compra do próprio protetor solar.

Para quem tenha uma pele mais sensível, é recomendável uma exposição “gradual” ao longo de todo o ano, sendo que “10 minutos por dia é o suficiente para absorver a vitamina D necessária”. Desta forma-se evita-se que o primeiro contacto da pele com o sol seja “brusco, no verão, quando o calor é mais intenso”, prevenindo erupções cutâneas. Em casos mais específicos podem ser receitados certos suplementos, segundo a médica. Já para a população em geral é recomendada a utilização diária de protetor solar fator 50 nas áreas do corpo mais expostas assim como a utilização de chapéus ou t-shirts “que cobram os ombros nos dias de calor mais intenso”.

Já a dermatologista Isabel Correia alerta para o maior perigo da exposição solar excessiva, o melanoma, que é o “pior tipo de cancro de pele”. Mas os perigos do sol podem também levar a “queimaduras de primeiro e segundo grau” e também ao “fotoenvelhecimento”, o envelhecimento precoce da pele por exposição excessiva à radiação solar. Para evitar estas situações, a especialista recomenda, em linha com as restantes profissionais de saúde, a aplicação de protetor solar de duas em duas horas, ou cada vez que regressar da água e ainda “aplicar protetor solar meia hora antes da exposição solar.

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