Estes não são os 24 melhores jogadores absolutos do Euro 2024, são 24 escolhidos com um critério muito específico - elegemos o melhor de cada seleção. E, como em qualquer escolha, esperamos que os leitores discordem ou concordem com esta lista e com este critério, é sabido que o futebol é como a música e a arte inteira, é uma questão de gosto. E sim, nós achamos que há arte no futebol. Esta sexta-feira começa o Euro 2024, uma espécie de museu vivo e estes são 24 dos artistas que vamos ver quase todos os dias durante o próximo mês. Que sorte
Grupo A
ALEMANHA
TONI KROOS
Foi com tristeza que ouvimos que o médio alemão se iria despedir dos relvados a seguir a este Europeu. Aos 34 anos, Toni Kroos pode, no entanto, abandonar o futebol da maneira mais bonita, conquistando em casa o último grande título que lhe falta na carreira, após um Mundial ganho em 2014 e seis Ligas dos Campeões, a última delas conquistada há cerca de duas semanas em Londres.
ESCÓCIA
ANDREW ROBERTSON
A lateral esquerda continua a dar lugar ao melhor jogador escocês, lugar que ‘Robbo’ ocupa quase indiscutivelmente desde que chegou ao Liverpool. Os críticos apontam que não joga tanto pela seleção como pelo clube, notando também a prestação discreta no Euro 2020. Porém, Andrew Robertson chega a este Europeu mais fresco e tem à sua volta uma equipa mais consolidada, com nomes como John McGinn e Scott McTominay.
HUNGRIA
DOMINIK SZOBOSZLAI
Nos últimos dois Europeus, a equipa húngara valeu essencialmente pelo seu coletivo, mas em 2024 conta com um nome húngaro especial: Dominik Szoboszlai tem este ano a sua estreia numa grande competição de seleções, depois de falhar o Euro 2020 por lesão. Com um novo estatuto, granjeado pela transferência para o Liverpool, o número 10 é a maior referência dos magiares.
SUÍÇA
GREGOR KOBEL
Pode parecer estranho escolher um guarda-redes para melhor jogador da equipa, ainda para mais um que não é titular na seleção – esse estatuto cabe a Yann Sommer –, mas Gregor Kobel é mesmo o melhor jogador suíço da atualidade, destacando-se este ano com as excelentes exibições na Champions, onde chegou à final com o Borussia Dortmund. Esperamos vê-lo em campo neste Europeu, nem que seja por apenas 90 minutos.
Grupo B
ESPANHA
RODRI
É um jogador que dispensa apresentações para os aficionados, mas que ainda não tem nome à altura daquilo que joga. Depois de duas épocas monumentais no Manchester City, Rodri tem no Euro 2024 a sua primeira competição internacional depois de atingir o estatuto de um dos melhores do mundo. Um bom Europeu pode abrir caminho para a Bola de Ouro, embora seja difícil para um médio mais recuado vencê-la.
CROÁCIA
LUKA MODRIC
Só há dois jogadores presentes neste Europeu que também jogaram na última competição organizada pela Alemanha, o Mundial no já longínquo ano de 2006. Um é Cristiano Ronaldo, o outro é Luka Modric. A longevidade do médio croata impressiona e o jogador não dá sinais de abrandar, continuando a realizar excelentes exibições ao mais alto dos níveis. Aos 38 anos, continua a ser a grande referência da seleção axadrezada.
ITÁLIA
NICOLÒ BARELLA
É um dos grandes obreiros dos feitos do Inter nos últimos anos e entra neste Europeu como um dos líderes da seleção que vai defender o título. A sua capacidade de trabalho e criatividade dentro de campo vão ser cruciais para a Itália, já órfã de alguns dos jogadores que conquistaram o título em 2021.
ALBÂNIA
ELSEID HYSAJ
Tal como em 2016, é difícil escolher uma individualidade que se destaque no coletivo albanês, que tem poucos nomes conhecidos. Hysaj é talvez o mais consistente desta seleção, atuando há uma década no topo do futebol italiano. Cabe-lhe liderar uma das equipas mais fracas de toda a competição e que tem pela frente adversários bem fortes nesta fase de grupos.
Grupo C
ESLOVÉNIA
JAN OBLAK
A baliza é há muito o ponto mais forte da seleção eslovena, primeiro com Samir Handanovic e depois - e agora - com Jan Oblak. O guarda-redes do Atlético de Madrid não teve uma das suas melhores épocas, mas uma prestação de alto nível neste Europeu vai ser fundamental para as aspirações da sua seleção, em teoria a mais fraca do grupo C.
DINAMARCA
CHRISTIAN ERIKSEN
Esperamos que este Europeu corra significativamente melhor que o anterior a Christian Eriksen. O susto cardíaco que nos provocou no Euro anterior acabou por não o obrigar a afastar-se dos relvados e agora, já na fase final da carreira, apresenta-se mais uma vez numa grande competição com objetivos ambiciosos. Ainda assim, vai ser difícil para a Dinamarca repetir as meias-finais do Euro 2020.
SÉRVIA
ALEKSANDAR MITROVIC
Pode estar a jogar na Arábia Saudita, mas continua a ser a grande referência da equipa sérvia. Nome conhecido dos portugueses, dada a enorme obsessão de Jorge Jesus por ele quando treinava o Benfica, Aleksandar Mitrovic não precisa de muitas oportunidades para marcar e, se bem servido, vai certamente faturar neste Europeu, o primeiro da Sérvia após a separação do Montenegro.
INGLATERRA
PHIL FODEN
Podíamos ter escolhido Jude Bellingham, Harry Kane, Bukayo Saka ou Declan Rice. Qualidade é o que não falta na seleção inglesa. Optámos por Phil Foden dada a sua extraordinária época no Manchester City e durante a qual se afirmou definitivamente como uns dos melhores do mundo, marcada por grandes golos como aquele em Madrid.
Grupo D
POLÓNIA
ROBERT LEWANDOWSKI
As prestações de Robert Lewandowski nos grandes campeonatos internacionais ficaram sempre aquém das expectativas. O avançado polaco tem neste Euro 2024 a oportunidade de realizar finalmente uma campanha frutífera. Não é o mesmo dos tempos do Bayern de Munique, mas ainda tem a mira afinada.
PAÍSES BAIXOS
VIRGIL VAN DIJK
Foi difícil escolher um nome na muito homogénea equipa neerlandesa. Perante tantos bons jogadores, a escolha recaiu sobre o capitão, que lidera uma equipa sedenta de grandes resultados no Velho Continente – a última vez que chegou às meias-finais, por exemplo, foi há 20 anos. A tarefa não se adivinha fácil, mas com Van Dijk em campo estarão sempre mais perto de uma boa prestação.
ÁUSTRIA
MARCEL SABITZER
Com David Alaba de fora por lesão, a escolha na Áustria é bastante clara. Depois do sucesso no Leipzig, Marcel Sabitzer andou perdido no Bayern e no Manchester United, tendo reencontrado a sua melhor forma este ano em Dortmund. Neste Europeu, tem a missão de comandar uma seleção capaz de surpreender.
FRANÇA
KYLIAN MBAPPÉ
O melhor jogador do mundo chega à Alemanha já como reforço do maior clube do mundo. Um triunfo neste Europeu ajudaria Kylian Mbappé a ganhar embalo para o início de época no Santiago Bernabéu. Aos 25 anos, é o único título internacional que lhe falta. E conquistá-lo é uma possibilidade bem real.
Grupo E
BÉLGICA
KEVIN DE BRUYNE
A seleção belga está a passar por uma fase de renovação após um desapontante Mundial em 2022. Kevin de Bruyne continua a ser fundamental em todos os processos ofensivos da equipa. A lesão contraída impediu-o de ter uma época como as anteriores, mas há um ponto positivo: vai para a Alemanha fresquinho que nem uma mini numa geleira.
ESLOVÁQUIA
MILAN SKRINIAR
Já órfã de Marek Hamsik, a Eslováquia tem no central a sua grande referência. A primeira época no PSG não foi totalmente conseguida, mas tal não significa que Milan Skriniar não seja ainda um dos melhores do mundo na sua posição. Neste momento, é insubstituível para o seu país.
ROMÉNIA
DENNIS MAN
Dennis Man foi instrumental na campanha vitoriosa do Parma no regresso à primeira divisão do futebol italiano. Em tempos idos não entraria sequer no 11 inicial da Roménia, mas atualmente é a sua maior referência. O equilíbrio deste grupo E pode proporcionar-lhe oportunidades para brilhar.
UCRÂNIA
ARTEM DOVBYK
Era um desconhecido quando foi o herói que atirou a Ucrânia para os quartos de final do Euro 2020 com um cabeceamento no prolongamento frente à Suécia. Em 2024, entra com um estatuto muito diferente. Esta época, foi o melhor marcador da La Liga (Girona) e é um dos melhores avançados a atuar na Europa. Promete imenso.
Grupo F
TURQUIA
HAKAN ÇALHANOGLU
A Turquia ou faz campanhas absolutamente excecionais, como a de 2008, ou falha redondamente, como em 2016 e 2020. Hakan Çalhanoglu não se viu no Europeu passado (nem no anterior) e habitualmente joga menos na seleção do que no clube. Ainda assim, continua a ser a maior referência da sua equipa, tendo tido uma época excecional no Inter. Quiçá esta possa ser a competição em que aparece.
GEÓRGIA
KHVICHA KVARATSKHELIA
Aí está ele, o jogador favorito de todos os hipsters do futebol desde a época passada. Khvicha Kvaratskhelia já conseguiu o que outras grandes referências do futebol georgiano, como Shota Arveladze e Kakha Kaladze, não alcançaram: levar a sua seleção a uma grande competição. O “gajo do Nápoles”, como diz Bruno Aleixo para simplificar o nome complicado deste craque, vai para este Europeu sem pressão por estar na equipa mais fraca do torneio. Vai certamente fazer boas exibições.
PORTUGAL
CRISTIANO RONALDO
Temos mesmo de dizer alguma coisa?
CHÉQUIA
TOMAS SOUCEK
O médio checo é daqueles jogadores que dão a ideia de que podem jogar bem em qualquer posição do terreno. Nasceu para ser líder e tem neste Europeu mais uma hipótese para se afirmar após o brilhante resultado da Chéquia no Euro 2020. Esperamos dele aquilo que ele dá ao West Ham na Premier League: consistência.