Rússia gaba-se de ter matado centenas de soldados ucranianos com "bomba de vácuo"

CNN , Brad Lendon, Manveena Suri, Josh Pennington e Sophie Jeong
22 mar, 14:39
Lançadores de foguetes termobáricos nesta imagem de arquivo da parada militar do Dia da Vitória na Praça Vermelha, em junho de 2020. Ramil Sitdikov/Host Photo Agency/Getty Images/File via CNN Newsource

A destruição provocada por uma arma termobárica é causada pela onda de explosão que cria e também pelo vácuo resultante da mistura combustível-ar que suga o oxigénio para sustentar a detonação. A força de tal explosão é suficiente para desmoronar edifícios e romper órgãos

A Rússia diz que matou um grande número de soldados ucranianos com a chamada "bomba de vácuo" - arma termobárica, uma afirmação que a Ucrânia considera absurda.

O vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas russas disse ao Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, durante uma reunião, que cerca de 300 soldados foram mortos "como resultado de um ataque preciso de uma munição aérea", segundo o Ministério da Defesa russo.

O porta-voz dos Serviços Secretos da Defesa da Ucrânia, Andriy Yusov, disse à CNN que as afirmações eram "um disparate absoluto e propaganda", assim como as informações russas sobre a morte de 1500 soldados ucranianos nas regiões de Kursk e Belgorod" na semana passada.

A CNN não pôde verificar o incidente de forma independente.

O coronel general Alexei Kim não indicou o local do ataque, mas descreveu-o como o "ponto de implantação da formação nacionalista 'Kraken'", de acordo com o ministério, referindo-se a uma unidade especial dos Serviços Secretos da Defesa da Ucrânia.

Kim disse que uma "bomba de detonação volumétrica" foi usada no ataque aéreo, informou a RIA Novosti no sábado.

As armas volumétricas são também conhecidas como bombas de vácuo, armas termobáricas ou explosivos combustível-ar.

A destruição provocada por uma arma termobárica é causada pela onda de explosão que cria e também pelo vácuo resultante da mistura combustível-ar que suga o oxigénio para sustentar a detonação, segundo o Lieber Institute for Law & Warfare da Academia Militar dos EUA em West Point.

A força de tal explosão é suficiente para desmoronar edifícios e romper órgãos. As paredes ou mesmo as caves não oferecem proteção, de acordo com o Center for Arms Control and Non-Proliferation, organização norte-americana com sede em Washington, DC.

Os pormenores do ataque aéreo russo surgiram durante uma reunião no quartel-general do Grupo Conjunto de Forças, onde Shoigu ouviu os comandantes sobre a situação atual na "zona da operação militar especial", segundo o ministério, expressão utilizada pela Rússia para designar a sua guerra na Ucrânia.

Kim também não mencionou quando o ataque foi efetuado, mas referiu que "só na semana passada, como resultado do trabalho eficaz dos sistemas de reconhecimento e de ataque, foram destruídos três Patriot americanos, um lançador múltiplo de foguetes Vampire, mais de 10 sistemas de artilharia de fabrico estrangeiro e depósitos de combustível e munições", segundo o ministério.

Kim também disse a Shoigu, durante a reunião, que a Ucrânia está "a sofrer perdas significativas, tanto em equipamento como em mão de obra, na sequência da utilização de armas de alta precisão e de drones de ataque".

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