Pulsómetro

Indicador de sentimento nas redes sociais. Não é uma sondagem, mas um reflexo de opiniões interpretadas por um modelo tecnológico. A atualização das percentagens é feita até 18 horas após a hora prevista para o início do respetivo debate. Projeto em fase experimental da Augusta Labs e da CNN Portugal. Saiba mais aqui

Montenegro e Raimundo querem o mesmo: subir pensões e salários. Têm é formas muito diferentes de lá chegar

Raimundo procurou colar o PSD ao PS. Montenegro reparou e não gostou. Andaram ambos a tentar conquistar os pensionistas e os trabalhadores. Cada um à sua maneira

O debate Luís Montenegro-Paulo Raimundo começou com cenários de governabilidade. “Serei primeiro-ministro se for escolhido pelos portugueses e ganhar as eleições”, afirmou o presidente do PSD. Para lembrar que “não seria a primeira vez que o PSD se poria a governar o país nestas circunstâncias”. Sobre a viabilização de um governo minoritário do PS manteve o tabu.

Outra coisa é certa: Montenegro não contará com o apoio do PCP. “É uma evidência, seria uma hipocrisia dizer que a CDU apoiaria um governo da AD”, garantiu Raimundo. Mas e o PS teria direito a esse apoio? Para o comunista, tudo depende do “conteúdo” das políticas que estiverem em cima da mesa depois de 10 de março.

Pensões em destaque

O PCP propõe um aumento de 7,5% nas pensões este ano, com um mínimo de 70 euros. A isso junta aumentos permanentes durante a legislatura, no mínimo acima da inflação”. Paulo Raimundo veio com as contas feitas para 2024: a medida custa 1.600 milhões de euros, “curiosamente o mesmo valor que o Orçamento do Estado decidiu atribuir em benefícios fiscais aos grupos económicos".

Mas o PSD desconfiou, quis as contas para quatro anos. Para Montenegro, a proposta comunista não tem qualquer "exequibilidade", lembrando que “um aumento agora tem uma vigência permanente".

Se o PSD se quer “reconciliar com os pensionistas”, Raimundo lembrou que os partidos de direita foram os "recordistas dos cortes de pensões". E que o PSD não acompanhou a proposta que o PCP levou ao Parlamento, para dar um “sinal”.

"O corte que houve e que salvaguardou todas as pensões mais baixas foi inscrito no memorando de entendimento negociado pelo PS", reagiu Montenegro. Aos pensionistas, disse que podem “confiar”: com um "um aumento das pensões no mínimo equivalente à inflação". Nas pensões mais baixas, garantiu, o aumento irá superar esse limiar legal. Junta-se ainda o complemento solidário para idosos, permitindo um rendimento mínimo de 820 euros no final da legislatura.

O PCP não acredita que este quadro seja para cumprir: “estamos numa chuva de promessas”

Veja quem ganhou o debate

Maneiras diferentes de subir salários

O PCP propõe um aumento de 15% nos salários, no mínimo de 150 euros, no público e no privado. A medida, confirmou Raimundo, teria um custo na ordem dos 15 mil milhões de euros. Mas para os comunistas a origem do dinheiro é simples: passariam "do capital para o trabalho". "É muito dinheiro, de facto. É para fazer agora, porque agora é que é preciso. Não vale a pena virem com o choradinho que não há dinheiro, que isso não cola."

Mas Montenegro, que quer o salário médio de 1.750 euros no final da legislatura, argumentou que há outra forma para subir os salários: “desbloquear os constrangimentos" que têm impedido um maior crescimento da economia, nomeadamente a "política fiscal".

Colagens PS-PSD

Ao longo do debate, Paulo Raimundo procurou colar o PSD ao PS. “O PS, para mal dos nossos pecados, roubou as bandeiras fundamentais do PSD”, atirou o comunista.

E Montenegro reparou bem nesta estratégia: "Paulo Raimundo quer juntar o PS e o PSD mas não lhe admito isso. Se há coisa que vamos fazer é o contrário do que fez o PS, mas o mesmo já não é válido para si."

Foi assim o debate AO MINUTO

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Sobre o Pulsómetro

Este produto tecnológico baseia-se na análise de opiniões de portugueses manifestadas em várias redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, Reddit e Youtube. São consideradas apenas opiniões relativas à performance comparativa dos candidatos presentes em cada debate e são anulados comentários repetidos, ou contraditórios por parte da mesma conta das redes sociais, assim como utilizados vários mecanismos de prevenção contra "bots". As opiniões são interpretadas através de um LLM (“large language model”, um modelo de linguagem natural) capaz de realizar uma análise de sentimento às várias interações identificadas. Através deste processo, extrai-se informação que permite formular uma aproximação à opinião pública portuguesa nestes fóruns. A atualização das percentagens é feita até 18 horas após a hora prevista para o início do respetivo debate. O modelo utilizado é desprovido de inclinações políticas, garantindo imparcialidade na interpretação dos dados. Os dados não são nem sugerem uma aproximação a sondagens ou intenções de voto dos portugueses nas eleições legislativas, são sim uma análise à opinião expressada nas redes sociais face a cada um dos debates sob análise. Este projeto tecnológico, inédito no espaço mediático português, é lançado em fase experimental. Foi desenvolvido em parceria entre a Augusta Labs e a CNN Portugal, garantindo a transparência da informação e visando medir indicadores de sentimento no decurso da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2024.



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O que é um LLM?
Um LLM, ou Modelo de Linguagem de Grande Dimensão, é uma forma avançada de inteligência artificial desenhada para compreender, gerar e trabalhar com texto humano de forma fluente. Estes modelos possuem uma capacidade bastante desenvolvida de analisar sentimentos e interpretar dados. Ao examinar grandes volumes de texto, um LLM  pode identificar padrões e nuances que indicam sentimentos positivos, negativos ou neutros, possibilitando-lhe avaliar a tonalidade emocional de um texto, sendo esta funcionalidade particularmente útil na monitorização de redes sociais.

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