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Indicador de sentimento nas redes sociais. Não é uma sondagem, mas um reflexo de opiniões interpretadas por um modelo tecnológico. A atualização das percentagens é feita até 18 horas após a hora prevista para o início do respetivo debate. Projeto em fase experimental da Augusta Labs e da CNN Portugal. Saiba mais aqui

Pedro Nuno e Mortágua até se querem entender, mas discordam do quando

Líder do Bloco de Esquerda reafirmou a intenção de um acordo pré-eleitoral, mas o secretário-geral do PS prefere ir a jogo sozinho. Depois das eleições a conversa pode ser outra

Pedro Nuno Santos apresentou-se ao debate com Mariana Mortágua "sem dogmas" nem "linhas vermelhas", mas, apesar dos apelos à responsabilidade da líder bloquista, o PS rejeita acordos pré-eleitorais com o Bloco de Esquerda. Questionado sobre se estava pronto para aceitar um acordo escrito sobre uma nova geringonça, o líder socialista afirmou estar focado em vencer as eleições, dizendo ainda que, se quisessem fazer um acordo pré-eleitoral, os dois partidos tinham concorrido juntos.

"Se fosse para fazer algum acordo pré-eleitoral tínhamos feito uma coligação", afirmou Pedro Nuno Santos no debate transmitido pela RTP, garantindo só estar "concentrado na vitória do PS", mas não descartando um solução de governo com o Bloco.

Mariana Mortágua respondeu, dizendo que é a clareza e a certeza que mobilizam para o voto e que isso só pode ser alcançado com um acordo escrito entre o PS e o Bloco de Esquerda. "Não há outra forma de acordo. Os acordos são escritos e escutináveis pelas pessoas, é assim que funciona a democracia. A nossa responsabilidade é de encontrar solução e trazer soluções para o debate", defendeu.

Pedro Nuno Santos respondeu que, nesta fase, "não tem sentido" fazer um acordo. "O apelo que faço não é ao voto útil mas ao voto no PS", insistiu.

"Foi muito positivo" a PGR ter dado explicações, diz Pedro Nuno

Com a polémica em torno da decisão do juiz de instrução que libertou os três detidos do caso da Madeira em cima da mesa, Pedro Nuno Santos considera que o esclarecimento da Procuradora-Geral da República em relação ao caso da Madeira foi “muito positivo”, uma vez que se trata de um caso que “suscitou dúvidas”.

“Eu acho que foi positivo o esclarecimento, acho muito importante que a PGR perceba também que tem de dar esclarecimentos ao público e ao país. Caíram, num curto espaço de tempo, dois governos”, afirmou o líder socialista.

Veja quem ganhou o debate

Para Mariana Mortágua é “importante” que a procuradora dê a cara e sublinha que “confia na justiça”, mas a candidata bloquista disse ser "incompreensível" que os arguidos tenham ficado 21 dias detidos. A candidata do Bloco defende que há questões relacionadas com a morosidade, investigação e com a garantia de acesso à Justiça têm de ser melhoradas.

"É sempre o tempo de fazer uma reforma de qualquer área, incluindo da Justiça. Nós temos de fazer esse debate. Não discuto casos em concreto, mas isso não nos deve impedir de discutir a Justiça em geral", acrescentou Pedro Nuno Santos, que insiste que é imperativo identificar "os bloqueios" na Justiça que não permitem que os processos não funcionem de forma mais célere. 

Bloco de Esquerda quer reverter "desastre das privatizações" ao nacionalizar REN e CTT

O Bloco de Esquerda faz do controlo público de empresas privadas “uma prioridade” do seu programa eleitoral, particularmente Galp, EDP, CTT e REN. Questionada sobre se estaria disponível a abdicar destas nacionalizações,Mariana Mortágua reafirma a posição do BE em reverter o que diz ser um desastre.

“As privatizações foram um desastre”, defendeu a líder do Bloco de Esquerda. “A prioridade do BE centra-se na REN, porque é quem gere a rede elétrica do país. Temos prioridades para ter o controlo de gestão da REN que estimamos que tenha um custo de 50 milhões. Não faz sentido que pertença ao estado chinês”.

Sobre a Galp e EDP, Mariana Mortágua afirmou que não são uma prioridade para esta legislatura. Sobre a ANA, que também quer privatizar a bloquista considera que é uma questão de soberania recuperar o controlo dos aeroportos do país. "É um ataque contra a nossa economia", frisou.

Pedro Nuno Santos defende que não esta matéria não é um prioridade para o PS. "Não está no nosso horizonte reverter qualquer uma das privatizações. Não quer dizer que tenham sido bem feitas, mas nós não podemos estar sempre a andar para trás", destacou.

Sobre se aceitaria um acordo com o Bloco de Esquerda que envolvesse a nacionalização destas empresas, Pedro Nuno Santos não traçou linhas vermelhas, mas garante que essa possibilidade "não está no horizonte do PS". 

"Os privados estão a drenar os fundos do SNS"

A coordenadora do Bloco de Esquerda atacou a gestão do Serviço Nacional de Saúde levada a cabo pela "maioria socialista", que, no seu entender, tornou a saúde pública "dependente de utilização de horas extra ilegais e dependente de tarefeiros".

“Os privados estão a drenar os fundos do SNS e, em certa medida, a utilizar fundos que deveriam estar a ser utilizados para reforçar o SNS. A estratégia da maioria absoluta do PS para o SNS falhou. Por isso, tem um SNS dependente de utilização de horas extra ilegais e dependente de tarefeiros", afirmou.

Já o líder socialista referiu que o problema do SNS não passa só pela valorização das carreiras dos médicos e dos profissionais de saúde, é também preciso fazer melhorias organizativas. No entanto, defende que "temos um SNS que está a produzir mais do que nunca". 

"É importante que se faça esse debate. Temos de reforçar os cuidados de saúde primários, generalizando as unidades de saúde tipo B, para conseguirmos dar à resposta à procura", explicou Pedro Nuno Santos, acrescentando que é necessário olhar para o "envelhecimento de forma diferente".

Sobre o possível regresso às PPP, o líder do PS defende que se se der autonomia aos hospitais públicos que se dava aos privados, o SNS terá bons resultados. "Não temos dogmas".

Mariana Mortágua quer obrigar a Caixa Geral de Depósitos a baixar os juros para resolver a "maior crise em Portugal"

Sobre a Habitação, que Mariana Mortágua consideraou ter-se tornado “a maior crise em Portugal”. A líder bloquista defende que a Caixa Geral de Depósitos deve ser utilizada para baixar os juros, para ajudar a combater este problema.

“Esta tornou-se a maior crise em Portugal, é mais uma área em que a maioria absoluta não conseguiu resolver o problema, pelo contrário, os preços foram sendo agravados”, diz em referência à Habitação, cujos preços devem baixar, defendeu.

Pedro Nuno Santos defende que esta medida não funciona. "Um acionista, público ou privado, não pode dar orientações sobre modelo de risco do s bancos. Pode definir estratégia, mas não pode determinar que baixe o spread. É uma medida que não funciona", explicou. 

Ainda sobre o tema da Habitação, Pedro Nuno Santos defende que o PS tem "posições mais equilibradas do que o Bloco de Esquerda" e que quer continuar a investir no parque público da habitação" e a focar a sua atuação quer no lado da procura quer do lado da oferta.

"Temos posições mais equilibrada do que o Bloco de Esquerda. Queremos actuar do lado da oferta, investindo no parque público (o privado também, e do lado da procura, retirando o tecto das rendas para o Porta 65, aumentar a dedução em IRS, atualizar as rendas conforme a evolução salarial", explicou.

"Não há balas de prata para resolver problemas graves e difíceis", insistiu.

Defesa? Compromisso com a NATO é para ser cumprido

Deve Portugal gastar mais em Defesa? O líder do Partido Socialista defende que Portugal comprometeu-se a gastar 2% do PIB em defesa "e deve ser cumprido", no entanto, quer que esse dinheiro seja canalizado para a indústria nacional. 

"Queria curvar-me perante Alexei Navalny pela coragem que teve em defender as suas convicções", afirmou Pedro Nuno Santos. 

Mariana Mortágua defende um auditoria na área da Defesa para que este orçamento seja mais transparente. A líder bloquista concorda com o PS quanto ao investimento na indústria nacional, mas defende autonomia europeia perante "interesses alheios". 

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Sobre o Pulsómetro

Este produto tecnológico baseia-se na análise de opiniões de portugueses manifestadas em várias redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, Reddit e Youtube. São consideradas apenas opiniões relativas à performance comparativa dos candidatos presentes em cada debate e são anulados comentários repetidos, ou contraditórios por parte da mesma conta das redes sociais, assim como utilizados vários mecanismos de prevenção contra "bots". As opiniões são interpretadas através de um LLM (“large language model”, um modelo de linguagem natural) capaz de realizar uma análise de sentimento às várias interações identificadas. Através deste processo, extrai-se informação que permite formular uma aproximação à opinião pública portuguesa nestes fóruns. A atualização das percentagens é feita até 18 horas após a hora prevista para o início do respetivo debate. O modelo utilizado é desprovido de inclinações políticas, garantindo imparcialidade na interpretação dos dados. Os dados não são nem sugerem uma aproximação a sondagens ou intenções de voto dos portugueses nas eleições legislativas, são sim uma análise à opinião expressada nas redes sociais face a cada um dos debates sob análise. Este projeto tecnológico, inédito no espaço mediático português, é lançado em fase experimental. Foi desenvolvido em parceria entre a Augusta Labs e a CNN Portugal, garantindo a transparência da informação e visando medir indicadores de sentimento no decurso da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2024.



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Um LLM, ou Modelo de Linguagem de Grande Dimensão, é uma forma avançada de inteligência artificial desenhada para compreender, gerar e trabalhar com texto humano de forma fluente. Estes modelos possuem uma capacidade bastante desenvolvida de analisar sentimentos e interpretar dados. Ao examinar grandes volumes de texto, um LLM  pode identificar padrões e nuances que indicam sentimentos positivos, negativos ou neutros, possibilitando-lhe avaliar a tonalidade emocional de um texto, sendo esta funcionalidade particularmente útil na monitorização de redes sociais.

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