Pulsómetro

Indicador de sentimento nas redes sociais. Não é uma sondagem, mas um reflexo de opiniões interpretadas por um modelo tecnológico. A atualização das percentagens é feita até 18 horas após a hora prevista para o início do respetivo debate. Projeto em fase experimental da Augusta Labs e da CNN Portugal. Saiba mais aqui

Ventura acusou PAN de ser "muleta do PS". PAN devolveu com números: "12 deputados, zero propostas aprovadas"

Em ataques constantes e mútuos, o Chega acusou o PAN de ser “o maior ataque à democracia” e de se querer “colar ao poder”, sendo “uma muleta do PS”. Em resposta, Inês Sousa Real acusa o Chega de ineficiência e de não apresentar propostas boas: “Estamos a falar de 12 deputados, zero propostas aprovadas”

Quezilento e com várias bicadas de lado a lado, o debate entre André Ventura e Inês de Sousa Real foi bem mais aceso que o que o antecedeu - mas pouco ou nada se falou de propostas eleitorais. O presidente do Chega deixou vários ataques à porta-voz do PAN, ficando no ouvido a acusação de ser “muleta do PS”.

Uma resposta que surgiu na primeira de várias vezes que Inês de Sousa Real insistiu numa ideia: o PAN foi o partido da oposição que mais propostas fez aprovar, ao contrário do Chega.

“O PAN foi o partido com mais projetos aprovados”, disse Inês de Sousa Real, para depois contrapor com o oponente: “Estamos a falar de 12 deputados, zero propostas aprovadas”. E isto, na ótica da deputada, porque aquilo que o Chega propõe não são propostas boas.

Com esta acusação, e olhando para a situação atual na Madeira, André Ventura vincou que Inês de Sousa Real está colocada ao poder e de não estar a conseguir travar o crescimento do Chega.

Aproveitando o tema da Madeira, e já depois de ter sugerido que decorrem “conversações” para o Chega apoiar um governo nos Açores, André Ventura disse que “o PAN não está a afastar o Chega do poder, o PAN está a colar-se ao poder como uma lapa”.

“[Tem medo de] perder o lugar. As sondagens dão-vos fora do Parlamento”, acrescentou Ventura, perguntando várias vezes se a candidata do PAN estava, ou não, agarrada ao lugar, e dizendo depois que aquele partido é “o maior ataque à democracia”, uma vez que “sustentou o governo socialista duas vezes”.

Veja quem ganhou o debate aqui

Numa troca de acusações acesa, André Ventura devolveu a crítica e afirmou que “Vocês [o PAN] são o maior ataque ao tachismo”. Já Inês Sousa Real acusou o Chega de “incoerência”, dizendo que “tanto vem proclamar questões de justiça e moralidade, mas depois tem nas suas listas pessoas que foram constituídas arguidas”.

Os dois deputados acusaram-se mutuamente de roubar ideias um do outro, como por exemplo o crédito bonificado para os jovens que pretendem comprar casa: Inês Sousa Real disse ter sido a primeira a apresentar a medida e que esta incluía todos e acusa o Chega de copiar e excluir os mais necessitados. Aqui, Ventura diz que a proposta do PAN estava mal feita e voltou a acusar o PAN de andar de mão dada com o Partido Socialista. E esta foi das poucas propostas apresentadas em todos o debate.

“O PAN e o PS estão juntos há oito anos e a média de construção na última década foi abaixo do Estado Novo”, atirou o líder do Chega.

Sobre a ecologia e os direitos animais, os últimos dois temas do debate que aconteceu na RTP3, André Ventura disse que “o PAN tem medidas absurdas” e que “o Chega é contra é a ecologia punitiva que o PAN nos quer trazer”, afirmando que o partido de Inês Sousa Real quer taxar os agricultores. Em resposta, a líder do PAN diz que “foi pela mão” do partido “que os agricultores e produtores puderam beneficiar do IVA Zero”.

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Sobre o Pulsómetro

Este produto tecnológico baseia-se na análise de opiniões de portugueses manifestadas em várias redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, Reddit e Youtube. São consideradas apenas opiniões relativas à performance comparativa dos candidatos presentes em cada debate e são anulados comentários repetidos, ou contraditórios por parte da mesma conta das redes sociais, assim como utilizados vários mecanismos de prevenção contra "bots". As opiniões são interpretadas através de um LLM (“large language model”, um modelo de linguagem natural) capaz de realizar uma análise de sentimento às várias interações identificadas. Através deste processo, extrai-se informação que permite formular uma aproximação à opinião pública portuguesa nestes fóruns. A atualização das percentagens é feita até 18 horas após a hora prevista para o início do respetivo debate. O modelo utilizado é desprovido de inclinações políticas, garantindo imparcialidade na interpretação dos dados. Os dados não são nem sugerem uma aproximação a sondagens ou intenções de voto dos portugueses nas eleições legislativas, são sim uma análise à opinião expressada nas redes sociais face a cada um dos debates sob análise. Este projeto tecnológico, inédito no espaço mediático português, é lançado em fase experimental. Foi desenvolvido em parceria entre a Augusta Labs e a CNN Portugal, garantindo a transparência da informação e visando medir indicadores de sentimento no decurso da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2024.



PERGUNTAS E RESPOSTAS

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O que é um LLM?
Um LLM, ou Modelo de Linguagem de Grande Dimensão, é uma forma avançada de inteligência artificial desenhada para compreender, gerar e trabalhar com texto humano de forma fluente. Estes modelos possuem uma capacidade bastante desenvolvida de analisar sentimentos e interpretar dados. Ao examinar grandes volumes de texto, um LLM  pode identificar padrões e nuances que indicam sentimentos positivos, negativos ou neutros, possibilitando-lhe avaliar a tonalidade emocional de um texto, sendo esta funcionalidade particularmente útil na monitorização de redes sociais.

Como impedimos Bots de terem impacto no resultado?
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Como impedimos as pessoas de adulterar o resultado?
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