Luís Montenegro vs Paulo Raimundo - AO MINUTO
Luís Montenegro vs Paulo Raimundo - veja o debate na íntegra
O debate entre os líderes da AD e da CDU focou-se, sobretudo, no tema das pensões, na subida de salários e na localização do novo aeroporto de Lisboa.
Montenegro e Raimundo querem o mesmo: subir pensões e salários. Têm é formas muito diferentes de lá chegar
Terminou o debate
Terminou o debate entre Paulo Raimundo e Luís Montenegro, focado sobretudo no tema das pensões, na subida de salários e na localização do novo aeroporto de Lisboa.
Novo aeroporto em Alcochete "está arrumado"
Para a CDU, a solução do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete é algo "que está arrumado".
"Só espero que não tenhamos uma multinacional estrangeira a decidir pelo país onde será o aeroporto. Quer dizer que a Vinci não manda no país", resume.
Montenegro dá garantia sobre aeroporto
Sobre o novo aeroporto, Montenegro diz que espera conclusões para tomar a decisão sobre a localização no início da nova legislatura.
"O gabinete que criei no PSD foi para poder extrair politicamente conclusões daqueles que verdadeiramente estudaram, os técnicos, concluiu.
Montenegro insiste no IRC para aumentar competitividade
Montenegro insiste na falta de competitividade de Portugal no que respeita a impostos.
Contudo, não reagiu diretamente se essa descida do IRC iria beneficar empresas com os chamados lucros excessivos.
"O PS, para mal dos nossos pecados, roubou as bandeiras fundamentais do PSD"
Raimundo lembra a "realidade objetiva" dos últimos dois anos, compreendendo a "dificuldade do PSD em fazer oposição" ao PS.
"O PS, para mal dos nossos pecados, roubou as bandeiras fundamentais do PSD", atira.
Raimundo fala numa "brutal injustiça fiscal", defendendo uma descida dos impostos no trabalho e no consumo, com aumento "de forma efetiva" nos impostos sobre o capital.
Raimundo diz que a descida do IRC beneficia "os grandes grupos económicos", com o PCP a propor mexidas neste imposto apenas para pequenas e médias empresas.
Montenegro diz que é possível subir salários se se mexer na "política fiscal"
Montenegro explica a vontade da AD para um salário médio de 1.750 euros no final da legislatura, assente num crescimento positivo da economia.
E se esse cenário não se der? "O cenário é um cenário prudente, onde as contas estão feitas".
"Paulo Raimundo quer juntar o PS e o PSD mas não lhe admito isso. Se há coisa que vamos fazer é o contrário do que fez o PS, mas o mesmo já não é válido para si", acrescenta.
De volta à subida de salários, Montenegro diz que é preciso "desbloquear os constrangimentos" que têm impedido um maior crescimento da economia, nomeadamente a "política fiscal".
"Se não acontecer, significava que não confiava nas políticas que estou a propor", reitera Montenegro.
Aumento dos salários "para agora, porque agora é que é preciso"
O PCP propõe um aumento de 15% nos salários, no mínimo de 150 euros, no público e no privado. Raimundo admite que tal não se faz por "decreto".
Raimundo insiste na necessidade de acabar com a "caducidade da negociação coletiva".
O comunista avança com uma estimativa de 15 mil milhões de euros, que passariam "do capital para o trabalho". "É muito dinheiro, de facto. É para fazer agora, porque agora é que é preciso. Não vale a pena virem com o choradinho que não há dinheiro, que isso não cola".
Custo das pensões aquece debate
De volta às pensões, Montenegro diz que a proposta do PCP não tem qualquer "exequibilidade".
Raimundo lembra que a proposta tem um custo de 1.600 euros no Orçamento do Estado em vigor.
Montenegro lembra que "um aumento agora tem uma vigência permanente".
PCP lembra "papel determinante" para mudar política de direita. "Associado" ao PS, reage Montenegro
Raimundo lembra o "papel determinante" do PCP para inverter o percurso de cortes do PSD.
Montenegro acusa-o de se "associar" aos feitos da governação socialista.
O líder do PSD diz que "o resultado da governação dos últimos anos é antagónico àquilo que Paulo Raimundo quis transmitir".
"Estamos numa chuva de promessas": Raimundo desconfia que PSD cumpra nas pensões
Paulo Raimundo reage à proposta do PSD para um rendimento mínimo de 820 euros para os pensionistas, com recurso ao complemento solidário para idosos. O comunista lembra que o PSD não acompanhou uma proposta no partido para dar "um sinal" no aumento de pensões.
Agora estamos "numa chuva de promessas", reforça Raimundo.
"Usei a palavra reconciliar porque não vivo noutro mundo": Montenegro não assume culpa face a cortes de pensões do PSD no tempo da troika
Montenegro reconhece que teve "grandes responsabilidades" no tempo da troika, incluindo a de refinanciar o país para conseguir dar resposta ao pagamento de pensões.
"O corte que houve e que salvaguardou todas as pensões mais baixas foi inscrito no memorando de entendimento negociado pelo PS", diz.
"Usei a palavra reconciliar porque não vivo noutro mundo, vivo no mundo real, sei que há pessoas que não compreenderam o esforço que fizemos nessa ocasião", refere.
Montenegro diz que os pensionistas podem "confiar no PSD", prometendo "um aumento das pensões no mínimo equivalente à inflação". E que, nas pensões mais baixas, o aumento irá superar esse limiar legal. Junta-se ainda o complemento solidário para idosos, permitindo um rendimento mínimo de 820 euros no final da legislatura.
PCP: aumento de pensões custaria 1.600 milhões
Agora as pensões: o PCP propõe um aumento de 7,5%, com um mínimo de 70 euros. "E agora", remata Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP fala num aumento extraordinário agora, "com aumentos permanentes durante a legislatura, no mínimo acima da inflação", explica.
A medida custa 1.600 milhões de euros - "o mesmo valor que o orçamento do Estado decidiu atribuir em benefícios fiscais aos grupos económicos".
E sobre a "reconciliação" com os pensionistas prometida pelo PSD, Raimundo lembra que os partidos de direita foram os "recordistas dos cortes de pensões". E que o PCP levou a sua proposta de aumentos de pensões ao Parlamento, tendo o PSD chumbado.
Açores: "O Chega tem agora o chamado teste do algodão"
Sobre se está à espera que o Chega viabilize um governo nos Açores: Montenegro diz que é preciso "clarificar posições".
"O PS já clarificou posições: não governa nem deixa governar", resume.
"O Chega terá agora o chamado teste do algodão. Tem de decidir se vai para os braços do PS ou se respeita a decisão dos açorianos".
Diz que esse "teste do algodão" tem um "dia marcado": o dia da votação do programa do governo no parlamento regional.
Montenegro insiste que governaria em minoria
"Serei primeiro-ministro se for escolhido pelos portugueses e ganhas as eleições", afirma Luís Montenegro. Com dois cenários: uma maioria absoluta ou uma maioria relativa.
"Não seria a primeira vez que o PSD se poria a governar o país nessas circunstâncias", refere.
Mas se for o PS a ganhar, viabiliza? Montenegro diz que cabe aos eleitores "demonstrar a sua vontade". Mas, perante a insistência, o líder do PSD não desfez o tabu sobre uma viabilização do governo do PS.
Raimundo afasta viabilização de governo da AD (e admite dar a mão ao PS)
Se a AD vencer sem maioria e sem o Chega, é claro para a CDU que esse governo deve ser derrubado? “É uma evidência, seria uma hipocrisia dizer que a CDU apoiaria um governo da AD”, diz Paulo Raimundo.
Raimundo argumenta que o PCP não contribuiu para a instabilidade no país. E, quando questionado se apoiaria um governo do PS, defende que a solução deveria ter em conta "o conteúdo", nomeadamente compromissos no que respeita a valorização de salários.
Começa aqui o debate
Boa noite, começa agora mais um debate para as eleições legislativas de 10 de março. O frente a frente é entre Luís Montenegro, presidente do PSD (que representa a coligação Aliança Democrática), e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP (que representa a coligação CDU). O debate tem transmissão na RTP e conta com a moderação da jornalista João Adelino Faria.