O tom subiu rapidamente, com os dois representantes a mostrar tensão entre si e as divergências claras entre os dois partidos
André Ventura e Paulo Raimundo protagonizaram o debate mais quente desta sexta-feira, com várias trocas de acusações e tentativas de colar os partidos à “história” e aos erros do passado.
O combate à corrupção, a valorização das pensões, a melhoria dos salários e a aplicação de taxas à banca são medidas que tanto o PCP como o Chega defendem nos seus programas eleitorais, mas ambos estão em total desacordo na forma como pretendem consegui-lo: e essa divergência deve-se à diferença ideológica entre ambos. É, sobretudo, nesta discordância que surge a constante acusação feita por Ventura de que o PCP “tem é uma cegueira ideológica enorme” e se aliou ao PS - viabilizando cinco orçamentos. Ventura apontou ainda várias vezes o dedo ao facto de os comunistas nunca viabilizarem as propostas do Chega, crítica que não melindrou de todo Paulo Raimundo, que acusou o partido de Ventura de “demagogia e a hipocrisia”.
“Não acompanhamos nenhuma medida do Chega e orgulho-me disso”, disse o secretário-geral do PCP. E continuou: “Nós não vamos contribuir para alimentar a demagogia e a hipocrisia”, continua.
Veja quem ganhou o debate aqui
Com algumas propostas e formas de concretização anunciadas pelo meio, foram sempre as acusações que sobressaíram, com ambas as partes a lançarem farpas entre si. Paulo Raimundo chegou mesmo a dizer que André Ventura “não perdoa nem perdoará o facto de o PCP ter tido um papel decisivo e determinante para correr com o governo PSD-CDS” e atirou: “sei o jeito que lhe deu irmos a eleições antecipadas no ano passado”.