Adeus sem glória mas com alguns bons apontamentos
Por Francisco SousaA figura: Pizzi
Que grande primeira parte realizou o internacional português. Inspirado do ponto de vista técnico e sempre com a antena do radar ligada, foi o farol de bom futebol dos encarnados durante os primeiros 45 minutos. Conduziu, distribuiu e pautou e apareceu próximo dos avançados. Na segunda parte perdeu alguma clarividência e visibilidade, compreensível face ao menor pendor ofensivo do Benfica nesse período do encontro.
Positivo: Lisandro
Os dois centrais do Benfica estiveram em bom plano na derradeira noite europeia dos encarnados esta época, mas o argentino destacou-se. Sóbrio, rápido e eficaz no corte, raramente foi ultrapassado pelos jogadores mais perigosos do Bayer Leverkusen e dominou por completo um desinspirado Drmic. Provou claramente que é uma alternativa credível para Jorge Jesus.
Negativo: Omer Toprak
Além de algumas desconcentrações e saídas posicionais comprometedoras, conseguiu ser expulso por acumulação de amarelos, já ao minuto 90. A seu lado Spahic esteve bastante mais sóbrio, enquanto ele se mostrou mais precipitado. Por alguns erros e pela expulsão (que o afasta da primeira mão dos oitavos de final) merece a nota negativa.
OUTROS DESTAQUES
Artur
Duas grandes defesas nos últimos dez minutos valem-lhe uma menção bem positiva, num jogo no qual o seu trabalho foi relativamente facilitado por uma certa inoperância dos atacantes alemães. O guardião habitualmente suplente de Júlio César mostrou que o compatriota tem concorrência à altura.
Ola John
Teve uma partida de altos e baixos. Na primeira parte, imprimiu velocidade e profundidade ao lado esquerdo do ataque e mostrou uma coordenação notável com os seus companheiros em fase/transição ofensiva. No entanto, parece faltar-lhe cabeça para resolver com maior frieza em determinados momentos do jogo que assim o obrigam. Na segunda metade, foi-se também algo abaixo, tal como todos os companheiros da frente, aliás.
Çalhanoglu
O maior dinamizador de jogo do Bayer, apesar de nem sempre ter decidido bem no último passe. De cada vez que pegava na bola, criava um frisson
Bellarabi
Outro dos jogadores mais ativos da formação alemã, quiçá o melhor, a par de Çalhanoglu. Rápido e vertical, as suas explosões causaram nas costas dos laterais encarnados causaram alguns sobressaltos. Fora um remate para defesa apertada de Artur, já à entrada para os últimos cinco minutos, não decidiu lá muito bem no último terço.