Deputado diz que idosos do interior são discriminados nas reformas
O deputado do PSD por Bragança, Adão Silva, denunciou, esta sexta-feira a «discriminação» de que os idosos do mundo rural estão a ser alvo na distribuição do complemento solidário às reformas, informa a agência Lusa.O deputado vincou o número reduzido de beneficiários no mundo rural em relação às grandes cidades.
Um ano depois da criação pelo Governo socialista do Complemento Solidário para Idosos (CSI), o parlamentar considera que «os números deixam clara uma enorme assimetria na distribuição desta prestação social entre os idosos pobres do mundo urbano, especialmente das grandes cidades e os residentes no mundo rural».
O CSI destina-se a idosos com reformas inferiores a 300 euros, que recebem do Estado um complemento financeiro para perfazer aquele valor e em 2006, primeiro ano de vigência, abrangeu apenas beneficiários com mais de 80 anos.
Segundo o deputado, no envelhecido Distrito de Bragança existiam cerca de oito mil «potenciais candidatos e apenas 250 foram contemplados, o que equivale a pouco mais de três por cento».
Este valor, de acordo ainda com o deputado, é muito inferior à média nacional, em que o número de beneficiários ascende a 18 mil, ou seja, 24 por cento dos 75 mil em condições de receberem o complemento.
Ainda segundo o parlamentar, em cidades como Lisboa, a proporção é ainda maior.
«Esta situação é, a todos os títulos, intolerável, porque vem acrescentar-se a muitas outras em que as populações do mundo rural são injustamente desfavorecidas face às do espaço urbano», refere o deputado num requerimento ao Governo, apresentado na Assembleia da República.
Admitindo que «este bom propósito do Governo de combater a pobreza pode vir a revelar-se um logro para as populações idosas do mundo rural», o deputado pede explicações acerca desta desigualdade.
Adão Silva quer saber se esta situação tem a ver com o desempenho dos serviços regionais da Segurança Social, o número de requerimentos recebidos, tratados e despachados no Distrito de Bragança e como pensa o Governo corrigir, em 2007, esta situação.
