Guerra na Ucrânia: longa conversa entre Joe Biden e Xi Jinping "não foi sobre cenouras"

18 mar 2022, 22:44

Líderes das duas maiores economias do mundo conversaram durante duas horas sobre a guerra e as consequências para a China se ajudar a Rússia num momento crucial do conflito

O presidente norte-americano, Joe Biden, advertiu esta sexta-feira o homólogo chinês, Xi Jinping, para as “implicações” e “consequências” para a China caso forneça “apoio material” à Rússia no ataque à Ucrânia, indicou a Casa Branca. Sobre as respostas e garantias (ou ausência delas) que Xi Jinping terá dado a Joe Biden não houve qualquer revelação, no entanto, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, garantiu que a conversa não foi "sobre cenouras".

A reunião por videoconferência entre os dois líderes, a primeira que mantiveram desde novembro passado, esteve centrada na invasão russa da Ucrânia e desenrolou-se ao longo de duas horas.

A porta-voz da Casa Branca confirmou que o presidente chinês foi informado sobre tudo o que pensam os Estados Unidos, a Europa e os demais aliados sobre a guerra na Ucrânia, confirmou também que haverá mais ajudas à Ucrânia e novas sanções à Rússia, mas não entrou em detalhes, enfatizando apenas que o envolvimento da China neste conflito terá consequências não só para o relacionamento daquele país com os Estados Unidos, "mas com o mundo em geral".

"Joe Biden deixou claro que haveria consequências para aqueles que apoiassem a Rússia", disse Jen Psaki, explicando que o ponto de vista dos EUA foi apresentado de forma clara pelo presidente Biden mas que não foi feito nenhum pedido direto a Xi na tentativa de persuadir Putin a parar a guerra.

A conversa entre Joe Biden e Xi Jinping "não foi sobre cenouras ou incentivos" para persuadir o líder chinês a não ajudar a Rússia na guerra frente Ucrânia, sublinhou Jen Psaki.

"Joe Biden não fez pedidos específicos à China. O presidente fez a análise sobre o ponto atual da guerra e as implicações de certas ações. Caberá à China tomar as próprias decisões", continuou. 

Na mesma conversa, Xi Jinping disse a Joe Biden que os Estados Unidos devem "assumir responsabilidades internacionais" no conflito na Ucrânia.

"Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e duas das maiores economias mundiais devemos não apenas liderar as relações entre China e Estados Unidos pelo caminho correto, mas também assumir responsabilidades internacionais e fazer esforços pela paz e tranquilidade", disse o presidente chinês durante a videochamada, segundo a agência estatal chinesa CCTV.

O presidente da China disse ainda ao homólogo norte-americano que os conflitos e confrontações não são do interesse de ninguém, entendendo que a paz é o objetivo principal.

“As relações entre Estados não podem ir para um confronto militar. O conflito e a confrontação não são do interesse de ninguém. A paz e a segurança são os tesouros mais estimados da comunidade internacional”, disse Xi Jinping, de acordo com a CCTV. "A crise na Ucrânia é algo que não queremos ver", acrescentou o presidente chinês.

Ambos os líderes das duas maiores economias do mundo assinalaram também a vontade de “manter os canais de comunicação abertos”.

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