As incursões de um pequeno número de aviões de guerra chineses em Taiwan têm ocorrido quase diariamente, segundo os relatórios do Ministério da Defesa de Taiwan. O recorde foi registado em outubro passado, quando 56 aviões de guerra chineses entraram na área perto de Taiwan num só um dia
O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan informou, esta segunda-feira, que 13 aviões de guerra chineses entraram na sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ).
As incursões foram feitas por sete caças J-10, cinco caças J-16 e uma aeronave de guerra eletrónica Y-8, informou o ministério em comunicado.
Em resposta, os militares acionaram aeronaves de patrulha aérea de combate, emitiram alertas de rádio e implantaram sistemas de mísseis de defesa aérea para monitorizar a atividade.
As incursões de um pequeno número de aviões de guerra chineses na ADIZ de Taiwan têm ocorrido quase diariamente, segundo os relatórios do Ministério da Defesa de Taiwan. O recorde foi registado em outubro passado, quando 56 aviões de guerra chineses entraram na área perto de Taiwan num só um dia.
A Administração Federal de Aviação dos EUA define uma ADIZ como "uma área designada de espaço aéreo sobre terra ou água dentro da qual um país requer a identificação imediata e positiva, localização e controlo de tráfego aéreo das aeronaves, no interesse da segurança nacional do país".
As semelhanças entre Taiwan e a Ucrânia
A China está a acompanhar atentamente o que se passa na Ucrânia para avaliar a sua própria estratégia em relação a Taiwan, alertou o Ministro dos Negócios Estrangeiros da ilha.
“Enquanto observamos a evolução dos eventos na Ucrânia… também estamos a observar com atenção aquilo que a China pode fazer a Taiwan”, disse Joseph Wu numa conferência de imprensa, na segunda-feira passada.
Taiwan já fez saber ao mundo que está do lado da Ucrânia. A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse que a ilha sente “empatia” pela situação da Ucrânia, dada a sua experiência com “as ameaças militares e intimidações por parte da China”.
Por outro lado, a China recusou-se repetidamente a condenar as ações russas na Ucrânia e o Ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Wang Yi, descreveu as relações entre Pequim e Moscovo como “sólidas”.
“(A China e a Rússia) partilham dois interesses estratégicos principais”, disse Steve Tsang, diretor do SOAS China Institute da Universidade de Londres, citado pela CNN. “Uma delas é reduzir um pouco a liderança global norte-americana. A segunda é tornar o mundo seguro para o autoritarismo.”
“Se a China passasse a controlar Taiwan, mais do que qualquer outra coisa, isso ajudaria a estabelecer a hegemonia regional. Os líderes chineses entendem que, para os Estados Unidos, os riscos são diferentes e a reação seria provavelmente muito diferente”, disse David Sacks, investigador do Conselho de Relações Externas de Nova Iorque.