Governo vai pagar propinas a dois mil jovens que queiram ser professores

14 jun, 15:24
Leitão Amaro e Fernando Alexandre

É uma das medidas apresentadas esta sexta-feira pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, para minimizar a falta de professores e acabar com alunos sem professores durante longos períodos

O Governo vai pagar as propinas aos estudantes que ingressem em licenciaturas e mestrados em Ciências da Educação ou Ensino. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, esta sexta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros.

É uma das medidas apresentadas pelo ministro para fazer face à escassez de professores e acabar com o “drama” de alunos sem aulas por longos períodos de tempo. Ao todo, são duas mil bolsas de estudo para jovens que ingressem em cursos de licenciatura e mestrado na área do ensino. Não há critério para a atribuição destas bolsas, já que, como nota Fernando Alexandre, “podem abranger a quase totalidade dos candidatos”. “Não definimos um critério, porque este valor é até superior àquilo que são os candidatos atuais. Está acima, para atrair mais”, disse o ministro, adiantando que há disponibilidade do Governo para aumentar o número de bolsas se for necessário.

O Governo quer assim atrair mais jovens para a profissão docente e acelerar a formação de novos professores, para fazer face às aposentações. “Temos previsões de saída para a aposentação, mas não temos planeado um esquema de incentivos que venha garantir que estamos a formar a tempo de garantir a reposição da saída destes professores”, disse Fernando Alexandre, reconhecendo que “Portugal tem dificuldade de planeamento a longo prazo”.

O ministro deixou claro que as bolsas vão ser direcionadas para as áreas onde existem mais necessidades de docentes. “Não vamos dar bolsas acima daquilo que são as necessidades. (…) Elas serão direcionadas para os grupos em que necessitamos de professores. Se houver uma área onde não temos necessidades, não vamos dar bolsas nessas áreas”, disse.

O Governo traçou um diagnóstico do problema: 324.228 alunos começaram o atual ano letivo sem aulas a pelo menos uma disciplina, a 31 de maio de 2024, havia 22.116 alunos nestas circunstâncias e 939 alunos de 47 turmas terminaram o ano letivo sem nunca terem tido aulas a pelo menos uma disciplina. Informática, Português, Geografia e Matemática são os grupos de recrutamento mais problemáticos. É nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo e Algarve que a situação é mais dramática.

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