Ministra disse às polícias que "jamais" irá pagar suplemento de missão igual ao da PJ

23 mai, 21:07

Margarida Blasco propôs apenas um aumento de 180 euros à PSP, lamentou à CNN Portugal o presidente do SINAPOL

Armando Ferreira, da SINAPOL - Sindicato Nacional da Polícia, diz à CNN Portugal que não pretende voltar à mesa das negociações com a ministra da Administração Interna, depois desta ter afastado qualquer possibilidade de pagar às forças de segurança o suplemento de missão que é pago à Polícia Judiciária e que tem sido a principal reivindicação das polícias.

Segundo Armando Ferreira, a única proposta de Margarida Blasco na reunião desta quinta-feira foi "manter os 20% da componente variável e aumentar a componente fixa, que neste momento é de 100 euros, para 280 euros". Ou seja, sublinhou, um aumento de apenas "180 euros"

"Disse que não tem margem financeira e que não vai chegar à equiparação à PJ", lamentou, usando mesmo o termo "jamais", referindo-se à ministra.

Armando Ferreira diz que é "completamente inaceitável que os polícias da PSP tenham menos valor e que a sua vida tenha menos valor que a da PJ".

Também Paulo Santos, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), assumiu que o aumento de 180 euros "está muito longe" daquilo que defendem e que, por isso, "não" aceitam esse valor, "que é muito baixo”.

O presidente da ASPP reconheceu que houve uma evolução ao manter os atuais 20% "e uma valorização equitativa para agentes, chefes e oficiais no risco", mas "o problema é o aumento de 180 euros".

"Face a esta proposta, vamos decidir se faz ou não sentido continuar nas negociações até atingirmos os cerca de 600 euros de aumento", assumiu, não descartando a hipótese de futuras manifestações.

O Governo apresentou esta quinta-feira uma nova proposta aos sindicatos da PSP, que passa por alterar o suplemento que já existe na vertente fixa de 100 para 280 euros, um aumento de 180 euros.

No final da reunião com os seis sindicatos da PSP, estas estruturas indicaram que a ministra da Administração Interna propôs apenas que a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passe dos 100 para os 280 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base.

Atualmente o suplemento por serviço e risco nas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.

Esta é a terceira proposta que o Governo propõe aos sindicatos da PSP, deixando agora cair as percentagens por categoria profissional.

No próximo dia 3 de junho haverá nova ronda de negociações, mas antes, na próxima segunda-feira, a plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR vai reunir-se para decidir o que fazer.

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