Montenegro responde a Pedro Nuno: "Todos têm de fazer um esforço para aproximar posições"

10 jun, 15:18
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Declarações do primeiro-ministro foram feitas após o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter dito que o resultado das europeias mostrou que os portugueses disseram ao Governo que tem de envolver a oposição.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu, esta segunda-feira, que é preciso materializar a palavra diálogo e que todos têm de fazer um esforço para aproximar posições.

“Todos falam, de facto, muito em diálogo, mas todos têm de fazer um esforço para aproximar posições. Vamos tentar fazê-lo”, afirmou aos jornalistas Luís Montenegro, em Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, após a cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Reconhecendo que é preciso materializar a palavra diálogo, o primeiro-ministro adiantou que “há, com certeza”, pontos de encontro entre PS e PSD para o futuro.

As declarações de Luís Montenegro foram feitas após o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter dito que o resultado das europeias mostrou que os portugueses disseram ao Governo que tem de envolver a oposição.

Questionado sobre se o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, agigantou a vitória de domingo nas eleições europeias, Luís Montenegro, também líder do PSD, escusou-se a comentar, remetendo para as comemorações do Dia de Portugal, no qual se celebra “a portugalidade, a alma portuguesa, o sentido de unidade e de coesão e de independência” do país, frisando que “é isso que importa hoje”.

À chegada a Pedrógão Grande, onde marcou presença nas celebrações do Dia de Portugal, Pedro Nuno Santos declarou que o resultado eleitoral demonstra que “o Governo [eleito pela coligação AD - PSD/CDS-PP/PPM] precisa também de querer envolver o parlamento e a oposição”.

Para o líder do PS, “é muito claro que os portugueses não gostaram da forma como o Governo foi lidando com o parlamento e a oposição”.

“Se não, o Governo que tomou posse há dois meses não tinha acabado de perder umas eleições”, disse.

Pedro Nuno Santos vincou que o Governo tomou posse “há dois meses” e que teve um “último mês com campanha intensa, com medidas atrás de medidas”, e, mesmo assim, “perdeu as eleições” europeias.

Questionado pelos jornalistas sobre se o primeiro-ministro, Luís Montenegro, terá entendido essa mensagem, o secretário-geral do PS disse que espera “que tenha percebido”.

Pedro Nuno Santos reafirmou que o PS não será “fator de instabilidade”, realçando que não é o partido que lidera que excluiu “qualquer vontade de diálogo”.

O PS foi o partido mais votado, com 32,1% e oito eurodeputados, nas europeias de domingo, à frente da Aliança Democrática, que teve 31,1% e sete mandatos, segundo os resultados provisórios.

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o Chega, que elegeu dois eurodeputados, foi a terceira força política, com 9,79%.

Também com dois deputados eleitos, a Iniciativa Liberal (IL) obteve 9,07% dos votos.

O Bloco de Esquerda (BE) recolheu 4,25% dos votos e a CDU (PCP/PEV) 4,12%, obtendo um eurodeputado cada.

As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas centram-se este ano em Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, concelhos fustigados pelos incêndios de junho de 2017, de que resultaram 66 mortos e 253 feridos. Estes fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

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