Johnny Depp vence processo contra Amber Heard - e tem direito a 15 milhões de dólares. Mas a atriz vai receber dois milhões por também ter sido difamada

1 jun 2022, 20:32
Julgamento Johnny Depp vs Amber Heard (EPA)

Decisão foi anunciada esta quarta-feira, pondo fim a sete semanas de julgamento. O ator viu os sete jurados confirmarem-lhe todas as acusações de difamação que lançou à ex-mulher. Mas Amber Heard não sai totalmente derrotada neste caso. Saiba tudo

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Os sete jurados concluíram que a atriz difamou o ex-marido num artigo do "The Washington Post" no qual fazia alegações de violência doméstica. A condenação implica o pagamento de 15 milhões de dólares ao ator.

Em contrapartida, o júri determinou que a atriz também foi difamada através do advogado do ex-marido - o causídico Adam Waldman afirmou que as acusações de Amber Heard eram um "embuste". A atriz receberá por isso dois milhões. 

O coletivo de jurados considerou que Depp “provou todos os elementos de difamação”, tendo Heard agido com “malícia”. O ator assistiu ao julgamento no Reino Unido, para onde viajou no passado fim de semana. Já Amber Heard esteve na sala de audiências com um semblante notoriamente carregado.

Heard de "coração partido", Depp está "grato"

Entretanto, Amber Heard já reagiu no Twitter, dizendo-se "desapontada" com a decisão. "Parte-me o coração que a montanha de provas não tenha sido suficiente" para fazer face aos "desproporcionais poder, influência e domínio" de Depp. A atriz lembrou ainda o que "significa" este veredicto para outras mulheres que são vítimas de violência doméstica, considerando-o um "retrocesso".

O ator reagiu em comunicado, sentindo-se "grato" com a decisão. "Seis anos depois, o júri devolveu-me a minha vida. Sinto-me verdadeiramente grato", escreveu o protagonista da saga "Os Piratas das Caraíbas", que se diz "em paz" por ter visto a "verdade" ser reconhecida. "Espero que a minha luta para que a verdade fosse dita tenha ajudado outros, homens ou mulheres, que se tenham encontrado na mesma situação que eu", reforçou. E concluiu: "a verdade nunca morre".

Do lado de Johnny Depp, as reações vieram também pela voz da equipa legal, numa breve declaração à saída do tribunal sem direito a perguntas dos jornalistas. “O veredicto de hoje confirmou o que sempre dissemos”, começou por dizer a advogada Camille Vasquez, agradecendo depois ao júri pela “deliberação cuidada”. Já Adam Waldman defendeu que “é tempo de virar a página e olhar para o futuro”.

O julgamento arrancou à hora marcada, 15:00 locais (20:00 em Portugal Continental), mas teve de ser suspenso durante aproximadamente 15 minutos porque o júri não preencheu a secção relativa aos danos compensatórios na documentação do caso.

A decisão põe fim a sete semanas de um julgamento marcado por revelações chocantes sobre a vida íntima do ex-casal, incluindo sobre o consumo de álcool e drogas. Desde a passada sexta-feira, quando foram feitas as alegações, que o júri se encontrava a deliberar com base nos diferentes testemunhos e provas documentais que foram entregues.

A violação com a garrafa

Em causa está o crime de difamação. Ao confrontar-se com um artigo do “Washington Post” assinado pela ex-mulher, onde esta confessava ser “sobrevivente” de situações de abuso e violência doméstica, o protagonista da saga “Os Piratas das Caraíbas” decidiu avançar para tribunal, exigindo uma indemnização de 50 milhões de dólares. Apesar de o artigo não lhe fazer qualquer referência, o ator sentiu que a sua imagem estava em causa.

Heard respondeu com uma contra-acusação, exigindo o dobro do ex-companheiro e insistindo num passado de abusos e violência doméstica. E assim começou um intenso julgamento, transmitido em direto, numa decisão algo rara no estado da Virgínia. Se Depp veio argumentar que era a mulher quem era violenta, Heard garantia que nunca bateu no ex-marido, defendendo-se apenas das suas investidas.

Ao longo das últimas semanas, no interior do tribunal do condado de Fairfax ambas as equipas legais apresentaram provas em áudio, texto e vídeo e chamaram várias testemunhas, entre as quais Kate Moss. No exterior formaram-se filas para ocupar uma das cadeiras na sala de audiências e multidões a ecoar mensagens de apoio a Depp - algo que se repetiu neste dia de veredicto. Apesar de nem Depp nem Heard viverem no estado da Virginia, os procedimentos legais decorreram ali por ser o estado onde está sedeado o "Washington Post", onde foi publicado o artigo na origem de todo o processo.

Uma das acusações mais graves remonta a 2015. Heard alegou que Depp abusou sexualmente dela com uma garrafa. Já o ator revelou que perdeu parte de um dedo da mão direita após a ex-mulher lhe ter atirado uma garrafa de vodka, o que obrigou a parar as gravações de um dos filmes de “Piratas das Caraíbas”.

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