Portugal
69'
1 - 1
Chéquia

Costinha: uma rampa de lançamento chamada selecção

9 jul 2001, 18:05

Não ficou surpreso com a ascensão no Europeu

A selecção nacional foi a grande rampa de lançamento de Costinha para o patamar mais elevado do futebol português. Humberto Coelho mostrou estar atento ao trabalho do médio português no Mónaco e chamou-o para o Euro-2000. Costinha justificou a aposta e foi, talvez, a maior surpresa da selecção nacional no campeonato realizado na Holanda e na Bélgica.  

-- Sentiu a sua chegada à selecção como uma surpresa?

-- É lógico que as pessoas estranharam um pouco, porque saí da II Divisão, nunca passei por qualquer tipo de selecção nas camadas jovens e chego directamente à selecção A. As pessoas interrogavam-se bastante e eu compreendo isso. Mas são coisas da vida. Foi-me dada a oportunidade de seguir a minha profissão no estrangeiro, com muita pena minha, porque não me foi dada a hipótese de actuar num grande clube e tentei fazer lá fora o que não pude fazer em Portugal. 

-- E foi difícil integrar-se numa equipa tão forte?

-- Quando se chega à selecção nacional, as coisas tornam-se mais fáceis, porque se encontra um lote de jogadores com uma craveira técnica impressionante, condições físicas muito boas também, e depois é só um jogador apanhar o comboio e acompanhar os artistas... 

-- Mas ficou surpreendido por ter aparecido no europeu de uma forma tão forte?

-- Uma surpresa, não foi. Na altura até se dizia que a selecção tinha duas equipas no europeu, tantas eram as opções. No célebre jogo com a Alemanha, ganhámos 3-0 jogando com elementos teoricamente da equipa que não era titular. Esse tipo de ideias tem que ser banido do futebol. Uma selecção não é um lote de 11 jogadores, é um lote dos jogadores com quem o treinador conta. Estava ali para jogar... 

-- Como é que aconteceu aquela ascensão aparentemente tão súbita?

-- Em todas as equipas que representei, quando cheguei nunca fui apontado como um titular. Depois, acabo por me impor lentamente. Foi assim no europeu. Não joguei com a Inglaterra, entrei os últimos dez minutos com a Roménia e fiz um golo. Se calhar, se não tivesse feito esse golo, não jogava mais nenhum jogo... Mas o certo é que isso deu-me força para trabalhar ainda mais. 

-- Com a entrada de António Oliveira, já foi opção, mas Petit tem aparecido em força. Receia ser mais difícil ser titular?

-- Receio não tenho. É com trabalho que essas coisas se definem. O Petit é um excelente jogador, mostrou ao longo do campeonato o seu valor, nos dois jogos que efectuou pela selecção fez duas excelentes exibições, mas como isso só vem trazer mais qualidade à selecção nacional... A nossa selecção não quer ser uma das melhores ¿ quer ser a melhor. Ficámos em terceiro no europeu. Se calhar, no mundial, podemos ficar em primeiro... 

-- Espera ser titular nos próximos jogos da selecção?

-- Mais uma vez, aqueles que estiverem em melhores condições, jogarão. Se o mister Oliveira optar pelo Petit, é porque ele estará melhor do que os outros.

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