«Operação Cartão Vermelho? Não permito que se brinque com a minha idoneidade»

23 mai, 20:04

Presidente do Benfica assegurou que a auditoria prometida às contas do clube «está finalizada e será apresentada» em breve. Rui Costa confessou ainda não estar preocupado com as eleições no clube e falou sobre a chegada de AVB à presidência do FC Porto

A continuidade de Roger Schmidt, as saídas de Rafa e Odysseas, as inúmeras contratações e o desempenho desportivo foram alguns dos temas abordados por Rui Costa na conversa com os jornalistas que serviu para fazer um balanço da temporada 2023/24. No entanto, o presidente do Benfica também abordou a auditoria forense às contas do clube referentes à presidência de Luís Filipe Vieira.

«A auditoria está finalizada. Demorou mais do que esperávamos. Foram analisados 51 contratos que faziam parte do processo 'Cartão Vermelho'. Analisámos todos os contratos. Teve uma série de complementos para ser auditoria completa e demorou mais do que imaginávamos. Foi apresentada à administração do clube e será entregue ao Ministério Público e apresentado aos adeptos do Benfica», disse.

«Tudo o que está no processo onde fui chamado [caso dos e-mails], não está na auditoria. Assim que tomámos conhecimento deste processo, abrimos auditoria ao que não estava no processo anterior. Assim que fui chamado para depor sobre este processo, abriu-se uma nova auditoria sobre estes casos. A última coisa que quero é que não se saiba o que se passa. Era administrador executivo e não vice-presidente. Prestei esclarecimentos que me pediram. Desconheço qualquer plano que prejudicasse o Benfica.. Caso contrário não teria continuado nem estar aqui hoje. Tenho consciência tranquila, conheço-me bem, sei o que faço na vida e no Benfica. Não permito que se brinque com a minha idoneidade e lealdade. (...) Não quero interferir no processo. Qualquer coisa que diga mais do que disse, pode interferir no processo. Não quero influenciar o processo. Tenho a consciência tranquila e sei o homem que sou. Toca-me pessoalmente, não permito que se ponha a minha idoneidade e a minha lealdade ao Benfica em causa», acrescentou.

O líder máximo dos encarnados frisou ainda que «todos os negócios são públicos» e que nunca permitirá «que se saiba com quem o Benfica está a negociar». Rui Costa assegurou ainda que «não há falta de democracia» nos encarnados e que os novos estatutos estão prontos para sempre apresentados aos sócios.

«Não quisemos atrasar nada, quisemos fazer estatutos dignos do Benfica. Passou por uma primeira comissão, à qual agradeço, e passou para a direção. Pela primeira vez na história, esteve à disposição de todos os sócios do Benfica. É um erro falar de de pouca democracia. Nunca houve estatutos tão democráticas e tão perto dos sócios. Estão prontos para serem apresentados. Parece-me que as pessoas não têm de duvidar, não há nada a esconder. Se fosse político e não um presidente que pensa unicamente no melhor para o clube, tínhamos feito as coisas à pressa e tinha apresentado tudo no ano passado quando fomos campeões e todos estavam felizes. Não há nada para esconder. As coisas serão apresentadas e discutidas agora. Com certeza que vamos para as próximas eleições com estatutos aprovados se os sócios assim entenderem. Há outro fator importante e peço que as pessoas percebam. Tanto a auditoria como os estatutos nunca são dossiers para serem apresentados a meio das épocas. Vamos discutir esses temas no defeso. Nunca são oportunos metê-los a meio das épocas. Têm influência e optamos por uma altura em que não prejudique as modalidades e o futebol», defendeu.

Ora, em relação ao ato eleitoral agendado para o próximo ano e se Schmidt podia ser o Ruben Amorim do Benfica, Rui Costa assumiu não estar preocupado.

«Não quero que Schmidt seja o meu Ruben Amorim, mas que tenha sucesso. Sou presidente do clube e tento tomar as melhores decisões. Não quero que ninguém seja meu treinador, mas sim do clube. Assumo as minhas decisões e os meus erros. As eleições são o que menos me preocupa. São só em 2025. Estarei aqui até considerar que posso ajudar ao clube. Nunca me agarrei a esta cadeira. Tenho carinho e amor enorme pelo Benfica, mas serei o primeiro a sair quando não conseguir ajudar o Benfica. Quero que quem se sente na minha cadeira, ganhe mais do que eu. Serei o primeiro a festejar as suas vitórias», atirou.

Convidado a comentar a eleição de André Villas-Boas como novo presidente do FC Porto, Rui Costa desejou que as duas equipas estabeleçam relações institucionais, algo que «não há» neste momento.

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