Tem barriga grande e acha que faz parte do ciclo da vida? Este estudo deixa um alerta

CNN , Sandee LaMotte
29 jan 2023, 17:00
Obesidade

Se for um homem ou uma mulher com quase 50 anos, olhe para a sua barriga. Se for como muitas pessoas, poderá ter de se inclinar um pouco para ver os seus pés. Sim, é a terrível pança - aquela cintura em expansão que pode surgir à medida que envelhece, tal como as entradas na testa ou as rugas a mais.

Difícil de combater, quase parece um rito de passagem, apenas parte do ciclo de vida, certo? Mas um novo estudo descobriu que permitir que a sua barriga se expanda fará mais do que mandar-lhe comprar o tamanho seguinte de calças - também pode prejudicar as suas capacidades físicas mais tarde na vida.

O estudo, que acompanhou 4.509 pessoas, com 45 anos ou mais, na Noruega, durante mais de duas décadas, descobriu que os participantes que tinham um perímetro abdominal grande ou moderadamente grande no início do estudo tinham 57% mais probabilidades de serem "débeis" do que aqueles com uma cintura normal.

Mas a fragilidade não é aquele idoso "cambaleante" curvado sobre uma bengala que me vem à cabeça. Em vez disso, a fragilidade inclui força de preensão fraca, velocidade de marcha mais lenta, exaustão geral, perda de peso involuntária e baixa atividade física.

As pessoas que eram obesas no início do estudo, definidas como tendo um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais, tinham também 2,5 mais probabilidades de serem "frágeis" do que aquelas com IMC normal (18,5 a 24,9), segundo o estudo publicado a 23 de janeiro último, na revista BMJ Open.

Podem existir várias razões, de acordo com os autores do estudo. A obesidade leva a um aumento da inflamação das células adiposas, o que pode danificar as fibras musculares "resultando numa redução da força e da função muscular", escreveu a coautora Shreeshti Uchai, investigadora de doutoramento em epidemiologia nutricional na Universidade de Oslo.

Os resultados sublinham a necessidade de estar atento tanto ao ganho de peso global como de qualquer aumento do perímetro da cintura, e de alargar a definição de fragilidade, concluíram os autores.

"No contexto em que a população está a envelhecer rapidamente e a epidemia de obesidade está a aumentar, provas crescentes reconhecem o subgrupo de indivíduos idosos 'gordos e frágeis', em contraste com a visão da fragilidade apenas em idosos magros", escreveram.

Combater o declínio

O exercício pode ajudar a combater a crescente fragilidade que o envelhecimento pode trazer. Os adultos devem realizar exercícios de fortalecimento muscular envolvendo todos os principais grupos musculares durante dois ou mais dias por semana, para além de se exercitarem pelo menos duas horas e 30 minutos por semana a uma intensidade moderada, de acordo com as diretrizes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA para a atividade física dos americanos.

Reduzir a gordura corporal e construir músculos magros pode ajudar a melhorar o equilíbrio e a postura, disse à CNN Nieca Goldberg, diretora médica do Atria New York City e professora clínica associada de medicina na Grossman School of Medicine da Universidade de Nova Iorque.

Para se manter forte e saudável, tente fazer tanto exercícios aeróbicos e de força.

Eles "parecem trabalhar juntos e ajudam-se mutuamente a obter melhores resultados", disse William Roberts, professor no departamento de medicina familiar e saúde comunitária na Faculdade de Medicina da Universidade de Minnesota. "Um programa equilibrado de força e atividade aeróbica é provavelmente o melhor e o que imita mais de perto as atividades dos nossos antepassados, que ajudaram a determinar os nossos conjuntos genéticos atuais".

Para começar os exercícios de força, a colaboradora de fitness da CNN Dana Santas, treinadora mente-corpo em desportos profissionais, sugere dominar primeiro os movimentos de peso corporal antes de passar para os pesos.

*Kristen Rogers contribuiu para este artigo
 

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