Braga-F.C. Porto, 2-1 (destaques)

2 dez 2000, 22:02

Assim se domina o Dragão Velocidade, ataques de longa distância e um guarda-redes a garantir tranquilidade quase absoluta nas linhas recuadas. Riva, Barroso e Quim no centro do sucesso bracarense e a apressarem a queda do F.C. Porto num abismo cavado pelos desatinos de Secretário e pela má opção em Chainho. Aloisio e Paredes ainda ajudaram a equipa a reduzir, mas não tiveram autoridade suficiente para a colocar a funcionar como deveria para chegar ao empate.

Quim

A medida certa entre sobriedade e arrojo. Seguro nos cruzamentos, destemido nas saídas arriscadas, felino no voo para o couro que se aprestava para abanar a rede. Na segunda parte, no assomo ofensivo do F.C. Porto, evitou dois golos e tranquilizou uma defesa que ameaçava desmoronar às tentativas avulsas de Pena e Pizzi. Uma exibição constante, irrepreensível, que apenas sairia maculada num remate de Esquerdinha. Defender grande penalidades também não é fácil. 

Barroso

O bombardeiro. A arma para as longas distâncias, o perigo nos disparos que os radares não detectam. A corrida compassada para o couro deixa os adversários encolhidos, agarrados à região do corpo mais sensível. Hoje, Barroso livrou-os de mazelas. Os tiros ultrapassaram sempre a barreira defensiva onde o Dragão se entrincheirava e deixaram Ovchinnikov perdido numa tremideira solitária que lhe tolheu o movimento quando, aos 25 minutos, o médio do Braga agradeceu o corredor central que lhe concederam e chutou forte e colocado. Um prémio precoce para uma exibição pujante e rigorosa. 

Riva

Uma única direcção, um único objectivo. Um ritmo alucinante rumo às proximidades do perigo. Riva agradece quando os companheiros lhe pedem a corrida e recusa-se a assumir o transporte, certo que a magia e o requinte podem ser assegurados por alguém nas suas costas. Correu, qual furacão, para uma bola que Edmilson apenas desviara e tornou-se invisível para o olhar de Secretário, que desdenhou do esforço do bracarense. 

Aloisio e Paredes

Casos únicos de descernimento quase constante. Destaques semanais obrigatórios, autorizados por um rigor defensivo que impressiona. Aloisio e Paredes jogaram a um nível aceitável, mas não aguentaram nas próprias mãos um desnorte colectivo intolerável. Evitaram, ainda assim, que o Braga fosse ainda mais perigoso. O que já sugere o registo positivo. 

Secretário

Diz-se injustiçado, muitas vezes com toda a razão, mas hoje deixou que os detractores esfregassem as mãos de contentes. Uma noite para esquecer, um acumular de erros, aberrações defensivas e feitos incompreensíveis que deixaram Jorge Costa e Aloisio em sobressalto constante. É certo que Riva jogou muito bem, aceita-se como alibi o facto de todo o colectivo do F.C. Porto ter estado ausente. Não se concebe, todavia, a sequência de lapsos e desatenções em quem passeia o estatuto de indiscutível num dos grandes de Portugal. 

Chainho

Aposta perdida. Fernando Santos queria músculo e labor constante, Chainho contribuiu com atrapalhação e alheamento permanente. Deco procurou-o diversas vezes para tabelar, criar superioridade e aproximar o F.C. Porto do pulsar cardíaco acelerado. O médio nunca se mostrou, recusando detectar um compromisso entre as exigências ofensivas e a missão de pressionar quem lhe surgia ao caminho.

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