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Influencer: a amnésia de Escária, os negócios do tio "Manecas" e a polícia no bolso de Pinto da Costa

17 jun, 06:58

A CNN Portugal teve acesso exclusivo a todas as conversas e detalhes que constam nos 21 volumes e 16 apensos da operação Influencer, com os factos e bastidores do processo que fez cair o Governo

São centenas de escutas telefónicas a mais de 10 alvos, com cerca de 50 intervenientes, que atravessaram a governação do país nos últimos cinco anos, apanhando uma teia de ligações entre empresários, ministros, secretários de Estado, o próprio primeiro-ministro e até o irmão do Presidente da República. A CNN Portugal teve acesso exclusivo a todas as conversas e detalhes que constam nos 21 volumes e 16 apensos da operação Influencer, com os factos e bastidores do processo que fez cair o Governo.

Tivemos acesso às imagens da estante mais falada do país, onde o chefe de gabinete do primeiro-ministro escondia 75.800 euros (com uma imagem do próprio António Costa por cima), e às próprias notas de 50 e de 20 euros que Vítor Escária ali guardava em envelopes. Quando foi confrontado pelos polícias que lhe faziam a busca, Escária disse que não se lembrava de ter ali, no gabinete de são bento, a maior parte daquele dinheiro vivo.

O então ministro do Ambiente Matos Fernandes, sob escuta, foi apanhado a chamar à atenção do pai para umas buscas policias ao FC Porto, em novembro de 2021. E José Manuel Matos Fernandes, juiz já jubilado que foi presidente da Assembleia Geral dos dragões, disse ao filho que a situação estava controlada: a direção de Pinto da Costa, previamente avisada da operação, tinha negociado a data da mesma com a polícia, para não coincidir com um jogo frente ao Liverpool.

Há mais factos nas relações familiares do ministro sob escuta por suspeitas de corrupção no caso do hidrogénio. Como quando discutia ao telefone o processo de construção da nova ponte do Douro com um tio, que pertencia a um consórcio candidato a ganhar aquela obra pública.

Tudo corria em segredo na investigação, até que a revista Sábado anunciou na capa a existência do processo e quem eram os alvos sob escuta. As cautelas e a linguagem codificada passaram a imperar nos telefonemas dos suspeitos, e segundo o Ministério Público processo Influencer não voltou a ser o mesmo.

Houve detenções no caso do Data Center, em que os juízes mataram as suspeitas e libertaram os arguidos, mas falta apreciar os indícios de corrupção nos negócios do lítio e do hidrogénio.

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