Dez mil passos por dia: o bem que lhe fazia

29 abr 2007, 16:06

Uma pessoa que dê menos de 5 mil passos por dia é «sedentária»

A redução do risco de doenças cardiovasculares, o controlo do peso e a melhoria da qualidade de vida podem estar ao alcance de 10.000 passos por dia, o equivalente a uma hora de actividade física, segundo especialistas, citados pela Lusa.

Diversos estudos realizados nos últimos anos provam que a actividade física pode prevenir ou controlar uma série de doenças, nomeadamente a diabetes e as cardiovasculares, apontadas, estas últimas, como das maiores causas de mortalidade em Portugal.

No âmbito de um estudo realizado nos Estados Unidos em 2003, foi criada uma tabela do número de passos diários a respectiva equivalência em grau de actividade física, onde os seus autores questionam se a caminhada diária não poderá funcionar como uma interacção farmacológica diária.

Assim, considera-se que uma pessoa que dê menos de 5.000 passos por dia é «sedentária», entre 5.000 e 7.500 «pouco activa» e 7.500 a 10.000 passos «moderadamente activa».

A actividade física é entendida como «activa» para quem dê 10.000 passos e «muito activa» para os que superem os 12.500 passos por dia.

Os especialistas apontam os 10.000 passos por dia como o objectivo para todos os adultos, o correspondente a mais ou menos uma hora de actividade, que pode ser contabilizada cumulativamente.

Estudos recentes, que contrariam anteriores, revelam que os benefícios para a saúde de uma hora acumulada de actividade são similares aos benefícios de uma hora seguida.

«Trata-se de uma evidência científica» disse à agência Lusa o presidente do Instituto de Desporto de Portugal (IDP), Luís Sardinha, esclarecendo que o conceito de acumulação da actividade física pode ser diária e até semanal.

A título de exemplo, Luís Sardinha indicou que um estudo realizado em Inglaterra com motoristas e revisores de autocarros revelou que a mortalidade por razões cardiovasculares dos revisores era 50 por cento mais baixa do que a dos condutores.

Também na obesidade, a contabilidade dos passos pode ser um desafio.

Na Faculdade de Motricidade Humana está a decorrer o Programa PESO (Promoção do Exercício e Saúde na Obesidade), no âmbito do qual é dado às pessoas um pedómetro (genericamente um aparelho que mede passos).

Neste programa, as pessoas aprendem a se auto-monitorizarem, responsabilizando-se pelos resultados, ao mesmo tempo que vêem os benefícios, adiantou o presidente do IDP.

Porque os benefícios para a saúde são essenciais, o IDP está a desenvolver o conceito dos espaços desportivos de proximidade que consiste na criação de 101 locais (meta até 2008) para a prática desportiva ao ar livre.

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