Operação Nascer em Segurança "revelou-se segura" e o número de partos no SNS até aumentou

22 mai, 18:10
Investimento em Blocos de parto (Getty Images/ BSPI)

O ex-diretor-executivo do SNS reconhece a falta de profissionais na área, mas garante que "a rede do SNS operou de forma eficaz, estabelecendo soluções com segurança e qualidade"

Há falta de profissionais de saúde, mas a operação do SNS destinada aos nascimentos, que entrou em vigor em dezembro de 2022, revelou-se “segura” e o número de partos até aumentou, segundo consta no relatório de atividades que Fernando Araújo entregou à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

“A ‘Operação Nascer em Segurança no SNS’, revelou-se segura”, pode ler-se no documento a que a CNN Portugal teve acesso. Apesar de reconhecer os constrangimentos nos serviços de Obstetrícia e Ginecologia, o relatório dá conta de “um aumento do número total de partos no SNS no ano de 2023”.

Já no primeiro trimestre deste ano as ULS de Amadora/Sinta e de Lisboa Ocidental revelaram um crescimento do número total de partos, em comparação com o mesmo período de 2023. Isto porque, segundo aponta o relatório, “aumentou a consistência no acesso e na capacidade de receção de utentes referenciadas pelo SNS 24 e INEM, melhorando a satisfação das utentes e dos profissionais”.

É sublinhado ainda no relatório “uma diminuição da mortalidade infantil no país” no ano passado, que, de acordo com o INE, desceu de 2,6 para 2,5 óbitos com menos de 1 ano de idade por cada 1000 nados-vivos, o que mostra, segundo o documento entregue por Fernando Araújo, “a segurança e a qualidade da resposta às grávidas e recém-nascidos em Portugal”. 

O relatório reconhece, contudo, a falta de profissionais nesta área: "A carência de médicos de Ginecologia/Obstetrícia e de Neonatologia/Pediatria, que se verifica a nível internacional, à qual Portugal não é imune e que de acordo com as previsões da Organização Mundial de Saúde se irá manter a médio prazo, obrigou a um planeamento complexo com vista a garantir a prontidão da resposta das maternidades e dos serviços de Neonatologia do SNS."

Ainda assim, a falta de profissionais não parece obstáculo, já que o documento garante que o "SNS, funcionando em rede, tem conseguido responder às necessidades, e nos casos pontuais, em que a capacidade está preenchida, e de forma a evitar deslocações para instituições mais distantes, privilegia-se a proximidade e opta-se pela disponibilidade e qualidade das entidades convencionadas, na defesa das parturientes" - o SNS teve de encaminhar alguns partos - "grávidas em trabalho de parto, com mais de 36 semanas de gestação, sem fatores de risco" - para o setor privado.

O relatório garante, por fim, que, "apesar de diversos desafios, a rede do SNS operou de forma eficaz, estabelecendo soluções com segurança e qualidade: todas as grávidas foram prontamente atendidas, os partos mais complexos foram realizados dentro do SNS e, salvo raras exceções devido a constrangimentos na utilização do sistema, a abordagem foi sempre próxima e segura". "Nenhuma grávida ficou sem uma resposta, e todas as grávidas de elevado risco, foram atendidas no SNS”, pode ler-se.

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