Barragens recuperam um metro de água em três semanas (mas Castelo de Bode só ganhou 18 centímetros)

24 fev 2022, 00:28

Dados consultados pela CNN Portugal indicam que a barragem do Alto Lindoso, no Minho - famosa pelas ruínas de uma aldeia que com a seca apareceram do lado espanhol da albufeira -, foi a que ganhou mais metros de água desde os valores mínimos que levaram o Governo a suspender a produção de eletricidade

O caudal nas barragens onde foi proibida a produção de eletricidade desde 1 de fevereiro subiu, em média, pouco mais de um metro nas últimas três semanas, mas na maioria das barragens a subida foi, contudo, muito menor.

A evolução lenta da recuperação das albufeiras é, aliás, uma das razões que leva as autoridades ambientais a admitirem que o travão à produção de energia se possa prolongar durante vários meses, nomeadamente até ao final do verão se não cair muita chuva no que resta do inverno e na primavera.

Os dados consultados pela CNN Portugal indicam que a barragem do Alto Lindoso, no Minho - famosa pelas ruínas de uma aldeia que com a seca apareceram do lado espanhol da albufeira -, foi a que ganhou mais metros de água desde os valores mínimos que levaram o Governo a suspender a produção de eletricidade: foram mais 3,19 metros de água, num aumento para 15,9% da capacidade total de armazenamento.

No mesmo rio Lima, mas a jusante, a barragem de Touvedo ganhou 2,01 metros de água, chegando a 88,7% da sua capacidade máxima.

No entanto, mais a Sul, nenhuma barragem ganhou mais de um metro de água nas últimas três semanas, até dia 21 de fevereiro.

O Alto Rabagão, no rio Cávado, distrito de Vila Real, subiu 40 centímetros (para 20,6% da capacidade); e a barragem de Vilar-Tabuaço, distrito de Viseu, recuperou 22 centímetros (para 19,7%).

No rio Zêzere, fundamental para o abastecimento a Lisboa, o Cabril aumentou 56 centímetros (para 35,5%), enquanto a barragem de Castelo de Bode é aquela onde a água menos subiu: apenas 18 centímetros, apesar da albufeira ter um volume de água equivalente a 58,6% da sua capacidade, suficiente, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para dois anos de abastecimento às populações.

Em média, as seis barragens subiram 1,1 metros desde os valores mínimos registados pela Autoridade Nacional da Água neste período de seca.

A recuperação lenta dos caudais, a par da falta de previsão de chuva para as semanas mais próximas, leva a APA a admitir, numa resposta à CNN Portugal, que é provável que as bacias hidrográficas mais afetadas pela seca cheguem ao fim de setembro abaixo dos níveis históricos médios, obrigando a uma reavaliação constante das medidas necessárias para combater a seca. 

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