Proibição de produzir eletricidade nas barragens pode durar até ao fim do verão

23 fev 2022, 09:22

Restrições devem durar enquanto as bacias hidrográficas mais afetadas pela seca não regressarem aos valores médios históricos

A proibição de produzir eletricidade em várias barragens, por causa da seca, pode estender-se durante vários meses.

Perante o prolongar da seca e da falta de chuva neste inverno, as autoridades ambientais não esperam que as bacias hidrográficas mais afetadas recuperem os caudais para valores de água iguais às médias históricas pelo menos até ao final do chamado "ano hidrológico" que termina no final de setembro e serve para os peritos medirem, num intervalo de tempo de 12 meses, os totais de precipitação.

A chuva que caiu nos primeiros 15 dias de fevereiro, como revelou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) no início da semana, foi apenas 7% na comparação com aquilo que é habitual para a época, depois de um janeiro em que esse valor tinha ficado pelos 12%, no sexto janeiro mais seco desde 1931 e no segundo mais seco desde 2000.  

Por causa da seca que o IPMA já admitiu ser uma das quatro mais graves do último século, a 1 de fevereiro o Governo decidiu, com o objetivo de poupar água, proibir a produção de eletricidade nas barragens do Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, excepto nos casos (restritos) em que a água é usada para manter os caudais ecológicos dos rios. 

Contudo, a CNN Portugal/TVI apurou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA, autoridade pública que monitoriza e deve proteger, em nome do Estado, os recursos hídricos) defende que as restrições à produção de energia devem durar enquanto as bacias hidrográficas mais afetadas pela seca não regressarem aos valores médios históricos, cenário que as projecções da APA indicam que dificilmente poderá acontecer até ao final de setembro (no final do ano hidrológico), a não ser que a chuva em março, abril ou, eventualmente, maio fique muito acima do que é habitual.

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