Marcelo em Kiev: "A fronteira de Portugal é a fronteira da Ucrânia". Por isso: "Queremos que a Rússia retire imediatamente as suas tropas"

Agência Lusa , MM
23 ago 2023, 15:10
Marcelo Rebelo de Sousa de visita à Ucrânia (LUSA)

Marcelo diz ainda que a Crimeia não será esquecida por quem apoia a Ucrânia. MNE ucraniano considera "histórica" a visita de dois dias do Presidente português

Marcelo defendeu esta quarta-feira que qualquer discussão sobre o futuro da Ucrânia que exclua a Crimeia não representa nem ajuda nem apoio à população do país invadido. “Não é possível separar a questão da Crimeia da invasão total do território da Ucrânia. Qualquer tentativa, subjetiva ou objetiva, de separar as duas questões representa não uma ajuda, não um apoio à população ucraniana, mas um ruído que é desnecessário”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na abertura da cimeira da “Plataforma Crimeia”, em Kiev.

O chefe de Estado português recordou que o objetivo desta plataforma "foi, desde o início, o mesmo: nunca deixar que as pessoas esquecessem a Crimeia”. Todos os intervenientes nesta questão têm de recordar que o objetivo é “a recuperação da integridade territorial” da Ucrânia. Marcelo Rebelo de Sousa reforçou a posição portuguesa: “A nossa fronteira é a fronteira da Ucrânia.”

Ladeado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Marcelo insistiu que o conflito de hoje é indissociável da invasão da Crimeia em 2014, considerado o primeiro momento da violação da integridade territorial daquele país pela Federação Russa. O Presidente da República apontou três pontos para uma “paz longa e duradoura” na Europa.

“Não se pode separar assuntos que não podem ser separados; nunca podemos esquecer que as pessoas são a razão da nossa luta comum pela integridade territorial, soberania, democracia e liberdade; não se pode esquecer que não há liberdade e democracia sem coesão social, sem crescimento. E desenvolvimento quer dizer justiça social, até para a Crimeia”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa também exortou Moscovo a parar com a invasão em larga escala que começou há mais de um ano e meio e sem fim à vista, nem com uma contraofensiva ucraniana em curso há meses mas com progresso lento: “Queremos que a Rússia retire imediatamente as suas tropas”.

Pouco antes da intervenção do chefe de Estado português, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, considerou que a visita de dois dias de Marcelo Rebelo de Sousa “é histórica”.

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