Manuel Fernandes não será apenas o "eterno capitão" do Sporting. Também a grandeza do seu lado humano marcou estes ex-jogadores

CNN Portugal , MGR
28 jun, 18:50

O internacional português Manuel Fernandes, histórico goleador e "eterno capitão" do Sporting, ficará sempre na memória pelos quatro golos da vitória por 7-1 sobre o Benfica, em 1986. Mas para trás fica um legado que marcou várias gerações no futebol português e vai muito além das conquistas profissionais. Paulo Bento, Emílio Peixe, Dani e Maniche contam à CNN Portugal como Manuel Fernandes os marcou

Paulo Bento, antigo jogador treinado por Manuel Fernandes na época 2000/01 no Sporting

Primeiro quero naturalmente lamentar a morte de Manuel Fernandes, dar os sentimentos à família.

Foi um privilégio ter trabalhado com ele, foi meu treinador no Estrela da Amadora [1990/91] e no Sporting e o Sporting fica mais pobre porque perdeu um dos maiores símbolos do clube. É uma grande perda para o desporto. 

A memória que tenho é de uma pessoa afável e humilde com quem tive o prazer de trabalhar, uma pessoa disponível para ajudar.

Mais do que a questão profissional é uma pessoa com bom carácter. 

No meu segundo ano como profissional tive a satisfação de o ter como treinador e naturalmente ajudou-me no início da carreira, aprendi muito com ele.

Emílio Peixe, antigo jogador treinado por Manuel Fernandes na época 1993/94 no Sporting

Recordo-o como uma pessoa afável, muito tranquila, que estava permanentemente nas conversas que tínhamos em grupo com o seu lado humorístico e tentava sempre que as pessoas estivessem bem dispostas.

Tenho na memória alguém que foi, é e vai continuar a ser, uma grande referência do Sporting. Tê-lo como treinador assistente foi um privilégio, é uma lenda do futebol. 

O que me ficou muito na memória foi quando fui homenageado como campeão do mundo e o Manuel Fernandes esteve presente na homenagem na minha terra, na Nazaré.

Desde aí, foi um privilégio tão grande que até ao último dia que o vi fiquei muito agradecido.

Daniel da Cruz Carvalho, antigo jogador mais conhecido como "Dani"

Para além de ser uma grande pessoa, era um grande treinador. Para mim o lado humano é o que tem maior valor e ele tinha isso. Vai fazer falta nos grandes momentos no que é relacionado com futebol, como jogador e treinador, mas muito mais como ser humano, como pai.

Ainda há pouco tempo estive com ele e com os filhos no hospital e conversámos e ele sempre muito otimista mesmo já numa fase final da luta que teve, sempre com brilho nos olhos e ligado à família. As pessoas estão sempre habituadas a ver o lado profissional mas o lado humano é de uma grandeza.

O mister tinha sempre palavras positivas, puxava sempre pelos jogadores, era sempre 'bora lá, vamos, vamos'.

Era de um otimismo muito grande, e sempre teve esse otimismo na vida pessoal também. Acima de tudo vamos sentir falta de um grande ser humano e pai e tudo o que na vida pessoal trazia aos seus.

Vai fazer muita falta mesmo.

Nuno Ricardo de Oliveira Ribeiro, antigo jogador mais conhecido como "Maniche"

O Manuel Fernandes era das poucas pessoas que era consensual em toda a estrutura do futebol nacional. Era do Sporting, era fanático pelo seu clube, mas era respeitado pelos rivais e isso acontece a poucos, como o Eusébio e o Fernando Gomes. Isso diz muito de quem ele era como ser humano.

Tentava ajudar os mais jovens com a sua experiência e vivências e tentava transportar isso para os que mais necessitavam.

É de louvar tudo o que fez pelo futebol português.

Eu era miúdo e lembro-me do jogo mais marcante da sua carreira, quando ele fez quatro golos. Era um ponta de lança fantástico.

Quando o conheci pareceu-me muito amável e sempre disposto a ajudar, gostava muito de discutir futebol e estava sempre com o Sporting no coração. Era um amor incondicional pelo clube mas deixava sempre muito à vontade os jovens como eu para fazermos perguntas.

 

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