“Não há razão para o partido arriscar a estabilidade e a segurança do país”. Imprensa norte-americana pede que Biden desista

CNN Portugal , DCT
29 jun, 12:29
Joe Biden (Associated Press)

Conselhos editoriais dos três dos principais jornais norte-americanos apelam a que o Partido Democrata substitua Joe Biden

Os jornais The New York Times, The Economist e Wall Street Journal apelaram a Joe Biden para que retire a candidatura à Casa Branca. 

Num artigo assinado pelo Conselho Editorial do New York Times, são apontadas fragilidades ao atual presidente norte-americano e candidato de novo ao cargo  - descrito como uma “sombra” - e lê-se ainda que “existem líderes democratas mais bem preparados para apresentar alternativas claras, convincentes e enérgicas a uma segunda presidência de [Donald] Trump.

“A verdade que Biden precisa enfrentar agora é que ele falhou no seu próprio teste”, escreve o Conselho Editorial do jornal, lembrando que foi o atual presidente norte-americano que desafiou Donald Trump para o debate.

Publicado esta sexta-feira, um dia depois do polémico debate entre Biden e Trump, o NYT diz que “o Sr. Biden não é o homem que era há quatro anos” e que “se esforçou para chegar ao fim de uma frase”, situação que terá causado alarme dentro do Partido Democrata. Aliás, o próprio jornal deixa isso claro: “o desempenho do presidente [Biden] não pode ser considerado uma noite má ou atribuído a uma suposta constipação, porque confirmou preocupações que têm vindo a aumentar há meses ou mesmo anos”.

“Não há razão para o partido arriscar a estabilidade e a segurança do país, forçando os eleitores a escolher entre as carências do Sr. Trump e as do Sr. Biden. É uma aposta demasiado grande simplesmente esperar que os americanos ignorem ou desconsiderem a idade e a enfermidade de Biden que vêem com os seus próprios olhos”, escreve o Conselho Editorial do NYT.

Já o Conselho Editorial do Wall Street Journal diz que "os democratas não podem evitar o problema de Biden" e que "o debate mostrou claramente que o presidente não aguenta mais quatro anos no cargo".

"Para o bem do país, mais ainda do que o seu partido, os democratas têm que pensar muito sobre se precisam de o substituir", lê-se no artigo do WSJ (acesso pago), que deixa claro que "este não é um pensamento partidário; é um pensamento patriótico".

Para o Conselho Editorial do WSJ, “o Sr. Biden perdeu o debate nos primeiros 10 minutos porque não conseguiu falar claramente, fê-lo com uma voz fraca e às vezes não conseguiu completar uma frase [de forma] coerente. O seu olhar vazio quando Donald Trump estava a falar sugeria um homem que está a lutar para lembrar o que preparou durante semanas para dizer, mas que não tem mais memória para fazê-lo”.

O The Economist segue a mesma linha de pensagem e diz mesmo que abordou a questão ainda em 2022, altura em que disse que Biden não deveria procurar a reeleição, ponto de vista que voltaram a reforçar em janeiro deste ano. No artigo publicado online, o jornal diz que Biden "estava confuso e incoerente" e fala em "90 minutos [de debate] agonizantes".

E.U.A.

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