A virtude esteve de facto no centro Os centrais do Sporting foram os grandes protagonistas na vitória do Sporting. Beto e André Cruz demonstraram que não sabem só defender e, juntos, construiram o segundo golo do Sporting. Mas o espaço e a segurança que usufruiram deve-se em grande parte ao apoio que tiveram de Paulo Bento e Delfim. Este último, está definitivamente em subida de forma.
Grande exibição dos centrais do Sporting. É verdade que o Estrela, em termos ofensivos, não lhes criou muitas dificuldades, mas os dois jogadores não se contentaram com o descanso e acabaram por ter intervenção decisiva na vitória. André Cruz é o grande responsável pelo sufoco que o Sporting impos nos minutos iniciais. De livre directo ou indirecto, na marcação de cantos e mesmo com o jogo a decorrer, levou sempre perigo à área do Estrela. Foi dos seus pés que saiu o canto que Beto converteu em golo. A defender foi soberano, merecendo destaque um desarme perfeito, quando Cadete preparava o remate em boa posição. Beto ainda subiu mais alto. A defender esteve intransponível mas foi no meio-campo que se destacou. Quando o futebol do Sporting encravava e ficava sem soluções, o central era o primeiro a pegar na bola e a caminhar por ali fora. O golo que marcou, pleno de oportunidade, foi um justo prémio para uma exibição irrepreensível.
Aos poucos vai encontrando o seu espaço nesta equipa do Sporting. Não tem uma posição fixa mas corre quilómetros ao longo da frente de ataque e abre espaços para os seus companheiros explorarem. Tanto correu que acabou por conseguir o que há muito procurava: um golo. E pelo meio ainda deixou um bom punhado de pinceladas de talento.
Dois jogadores com estilos completamente diferentes mas que, juntos, são um importante factor de equlíbrio na equipa do Sporting. São os primeiros a defender e a lançar o ataque. Delfim, no encontro com o União de Leiria, na última jornada, já tinha dado sinais de estar em nítida subida de forma. Recuperou inúmeras bolas e experimentou, vezes sem conta, o seu poderoso remate. Em potência está, sem dúvida, a cem por cento, no entanto, em termos de pontaria, ainda pode evoluir. Paulo Bento, por seu lado, é uma garantia de segurança para os «leões». É raro alguém passar por ele e as compensações, sempre em tempo oportuno, deram espaço e segurança aos centrais para subir no terreno.
O Sporting atacou preferencialmente pela esquerda. Pela direita também tentou mas Kenedy raramente deixou passar Sá Pinto. Um duelo que se manteve durante quase todo o jogo. Quando o avançado sportinguista ganhava velocidade pelo corredor direito lá estava Kenedy, quase sempre em antecipação, como um sinal «Stop».
As entradas de Tiago Lemos e Djalma transformaram, num ápice, a equipa do Estrela. Que vacilava perante a pressão do Sporting e não tinha soluções para contrariar as sucessivas vagas de ataque dos «leões». A entrada destes jogadores forneceu mecanismos de resposta à equipa de Carlos Brito. O Estrela passou a actuar em contra-ataque, ganhou velocidade e obrigou o Sporting a recuar. O golo surgiu nesse periodo. Um passe de Tiago Lemos para Djalma converter.