Bruno Lage: «Também era fundamental reconquistarmos o público»

Ricardo Gouveia , Estádio da Luz, em Lisboa
6 jan 2019, 21:13

Novo treinador explicou opção tática para o jogo com o Rio Ave, mas muito mais

Bruno Lage depois da estreia como treinador principal do Benfica, com uma vitória sobre o Rio Ave (4-2), em jogo da 16.ª jornada da Liga:

[Antes do jogo, veio ao relvado sentir o ambiente. Qual foi o objetivo?]

- Dei a volta ao estádio para sentir se estava frio, para saber se vestia este casaco ou se trazia outro e para sentir também o ambiente. Aquilo que era importante hoje, além de ganhar, era perceber que tipo de homens tínhamos no balneário, que equipa é que eles podem apresentar em campo e, fundamentalmente, reconquistar o público. Foi isso que fizemos.

[Sobre o jogo]

Foi um jogo com duas partes distintas. Na primeira, nos primeiros vinte minutos, fomos à procura de um melhor posicionamento, o Rio Ave foi melhor e marcou dois golos. Nos últimos vinte fomos claramente melhores, marcamos dois golos. A segunda parte foi equilibrada, com oportunidades quer de um lado quer do outro, mas fizemos mais dois golos. Fizemos uma boa exibição, quer no resultado, quer na reconquista do público que também era importante.

[Mudanças na equipa?]

Pretendemos criar alguma rotatividade como fazemos na equipa B. Cheguei, falei um pouco com os jogadores, treinei, tentei perceber as reações e depois decidir. Tive a possibilidade de rever o jogo com o Portimonense, senti que a equipa terminou o jogo muito bem a jogar em 4x4x2. Tive esse feeling. A partir daí temos de colocar mais pontas de lança no banco. Temos de ter mais alternativas no banco. Sabemos que o Samaris pode cobris mais do que uma posição em campo. Era importante ter mais dois pontas de lança na convocatória. O jogador que fica fora da convocatória não está longe de jogar, às vezes até está mais perto que que aquele que vai ao banco. Vamos pensar jogo a jogo. Hoje jogamos em 4x4x2, mas amanhã podemos jogar em 4x3x3.

[O Benfica marcou quatro, mas consentiu dois. Está preocupado com a defesa?]

- A minha preocupação é treinar amanhã. Sobre o jogo senti que em determinados momentos podíamos ter mais a bola e evitar que a equipa fique exposta às transições do Rio Ave na segunda parte. A equipa tem de ter mais bola, para não a perder de forma desequilibrada. O Rio Ave também tinha dois homens na frente. O futuro é treinar amanhã.

[Na equipa B jogava em 4x3x3, hoje jogou em 4x4x2, com João Félix na frente]

- Vocês [jornalistas] olham muito para aquilo que é o sistema, é normal que se olhe, mas olham pouco para aquilo que é a dinâmica do sistema. Eu vi o João, quer seja a ponta de lança quer seja como médio, a jogar muito bem entrelinhas. Tive a oportunidade de ler algumas coisas e vocês diziam que a equipa B jogava em 4x3x3,. Faço-vos um desafio: jogamos em 4x3x3 porquê? Porque jogamos com três médios? Amanhã se meter um central em ponta de lança jogamos em que sistema? Não olhem para os jogadores, olhem para as dinâmicas. Foi apenas isso. Percebi que frente ao Portimonense acabámos bem a jogar em 4x4x2 tive o feeling que podíamos jogar assim.

[Também chamou Ferreyra ao jogo, acha que estava mal aproveitado?]

- Decidi trazer os quatro pontas de lança para o jogo e escolhi dois para jogarem. Não é uma questão de acreditar ou deixar de acreditar [no Ferreyra]. Tenho três pontas de lança na equipa B, têm de fazer pela vida. Se os jogadores não treinarem bem, que informações dão ao treinador? Têm de se mostrar nos treinos. Os campeonatos conquistam-se nos treinos e no trabalho diário.

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