"Toda a gente está à espera que comecemos a premir botões": Putin já transferiu primeiras armas nucleares para a Bielorrússia

16 jun 2023, 17:21
 

O presidente russo garante que isto não passa de um "elemento de dissuasão". Mas não exclui a possibilidade de recorrer a este tipo de armas nucleares em caso de "ameaça" à soberania russa

Vladimir Putin anunciou esta sexta-feira que a Rússia já transferiu as primeiras armas nucleares estratégicas para a Bielorrússia, tal como já tinha sido anunciado pelos presidentes dos dois países no mês passado. Mas garante que isto não passa de "um elemento de dissuasão", embora não exclua a possibilidade de vir a empregar este tipo de armas em caso de "ameaça" à soberania da Rússia.

"É um elemento de dissuasão. Para que todos os que estão a pensar inflingir-nos uma derrota estratégica não se esqueçam dessa circunstância", ameaçou o presidente russo, no seu habitual discurso no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), que este ano durou cerca de uma hora e 20 minutos - um "tempo recorde", como descreveu a agência estatal russa Ria Novosti.

As Forças Armadas da Rússia e da Bielorrússia assinaram em maio um pacto que permite a Moscovo transferir armas nucleares para a Bielorrússia. Putin justifica o acordo com o facto de estar a ser alvo de provocações do Ocidente na sequência do conflito na Ucrânia, mas garante não sente, para já, necessidade de fazer uso deste tipo de arma.

"Toda a gente está à espera que comecemos a premir botões. Mas não há necessidade disso. Esta é a primeira consideração - não há qualquer necessidade, porque o inimigo não está a ter sucesso na frente de combate. E, precisamente por saberem que é pouco provável que venham a ter sucesso, estão a provocar-nos na esperança de mais tarde poderem apontar-nos o dedo e dizerem 'vejam como eles são cruéis'", declarou Putin.

Putin admite recorrer ao uso de armas nucleares em caso de "ameaça" à integridade territorial e soberania da Rússia ​​​​​(Alexei Danichev/Photo host Agency RIA Novosti via AP)

Ainda assim, o presidente russo voltou a não excluir a possibilidade do uso de armas nucleares em caso de "ameaça à integridade territorial, independência e soberania da Rússia". "É claro que o uso de armas nucleares é teoricamente possível", advertiu.

"As armas nucleares são criadas para garantir a nossa segurança e a existência da Federação Rússia. Mas, em primeiro lugar, nós não temos essa necessidade. (...) Em segundo lugar, nós temos muito mais armas do que os países da NATO, e eles sabem disso, e nós estamos constantemente a ser persuadidos para iniciar negociações para as reduzir. Eles que se lixem."

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