Comissão melhora crescimento da UE para 1% este ano e mantém o da zona euro em 0,8%
A Comissão Europeia reviu em baixa para 2,5% a previsão da inflação da zona euro para 2024 e para 2,1% no próximo ano, já praticamente alinhada com o objetivo do Banco Central Europeu (BCE).
Nas previsões económicas da primavera, divulgadas esta quarta-feira, o executivo comunitário aponta para um abrandamento da inflação face ao que tinha antecipado no anterior exercício intercalar de inverno, divulgado em fevereiro, e onde apontava para uma taxa de 2,7% este ano e de 2,2% em 2025, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC).
Para a União Europeia (UE), Bruxelas prevê uma taxa de inflação também medida pelo IHPC de 2,7% em 2024 e 2,2% em 2025, um abrandamento face às previsões anteriores que apontavam para 3,0% e 2,5%.
A taxa de desemprego, por seu lado, deverá ficar nos 6,6% este ano recuando para 6,5% em 2025 nos países da área do euro e, respetivamente, nos 6,1% e 6,0% no conjunto dos 27 Estados-membros.
Bruxelas melhora crescimento da UE para 1% este ano
A Comissão Europeia reviu em ligeira alta as previsões de crescimento económico da União Europeia para 1% este ano e manteve em 0,8% o da zona euro, esperando uma expansão gradual do PIB apesar dos elevados riscos geopolíticos.
Nas previsões de primavera, hoje divulgadas, o executivo comunitário melhora, assim, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE) para 1% este ano, face aos 0,9% inscritos nas previsões intercalares de inverno, e manteve o da zona euro em 0,8%.
“Após uma ampla estagnação económica em 2023, um crescimento melhor do que o esperado no início de 2024 e a redução em curso da inflação criaram o cenário para uma expansão gradual da atividade ao longo do horizonte de previsão”, assinala, esperando que “quase todos os Estados-Membros” regressem ao crescimento este ano.
Para 2025, Bruxelas prevê que o crescimento do PIB melhore para 1,6% na UE e para 1,4% na zona euro, uma revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais (pp.) e de 0,2 pp. face às anteriores previsões.
O executivo comunitário acredita que o crescimento da atividade económica este ano e no próximo será em grande parte impulsionado por um aumento do consumo privado, uma vez que o crescimento continuo dos salários reais e do emprego sustenta um aumento dos rendimentos disponíveis reais, apesar de uma “forte propensão para poupar continuar a travar parcialmente o consumo privado”.
Por outro lado, indica que o crescimento do investimento “parece estar a abrandar”, arrastado pelo ciclo negativo da construção residencial, pelo que a recuperação deverá ser apenas gradual.
“Embora as condições de crédito devam melhorar ao longo do horizonte de previsão, os mercados esperam agora uma trajetória ligeiramente mais gradual de cortes nas taxas de juro em comparação com o inverno”, refere.
Segundo a Comissão, num contexto de economia global resiliente, uma recuperação do comércio deverá apoiar as exportações da UE, mas, à medida que a procura interna for retomada na UE, uma aceleração das importações deverá compensar em grande parte o contributo positivo das exportações para o crescimento.
Destaca ainda que apesar do abrandamento da atividade, a economia da UE criou mais de dois milhões de empregos em 2023, com as taxas de atividade e de emprego das pessoas entre os 20 e os 64 anos a atingirem novos máximos históricos de 80,1% e 75,5%, respetivamente, no último trimestre do ano, pelo que a taxa de desemprego deverá permanecer globalmente estável em torno do seu mínimo histórico.
No entanto, salienta que a incerteza e os riscos descendentes para as perspetivas económicas aumentaram ainda mais nos últimos meses, principalmente devido à evolução da prolongada guerra na Ucrânia e ao conflito no Médio Oriente.
Paralelamente, acresce o risco de a persistência da inflação nos EUA poder levar a novos atrasos nos cortes das taxas de juros pela Reserva Federal norte-americana e noutros países, resultando em condições financeiras globais um pouco mais restritivas.
A nível interno, a redução da inflação pode ser mais lenta do que o previsto e alguns Estados-Membros poderão adotar medidas adicionais de consolidação orçamental nos seus orçamentos para 2025 – atualmente não incluídas nesta previsão – o que poderá ter impacto no crescimento económico no próximo ano.