"Há um bebé de um ano sem respirar debaixo desta lama!" Governador do Rio de Janeiro fala em "cenas de guerra"

16 fev 2022, 20:16

Mau tempo provocou mais de 94 mortos e fez mais de 300 desalojados. Cidade de Petrópolis está em estado de calamidade

Num cenário quase pós-apocalíptico uma mulher, munida de uma enxada, tenta escavar a espessa lama que levou tudo à frente no Morro da Oficina, em Petrópolis, no Brasil. Entre prédios que viraram entulho, persiste, golpe após golpe, enquanto chama um nome: Duda, a filha da sua afilhada.

A mulher loira, de camisa às riscas e calças de ganga diz que a sua afilhada, uma adolescente de 17 anos, e a filha, uma bebé com apenas um ano de idade, estão soterradas debaixo da lama.

“Já estou a perder a esperança. Sabe porquê? É uma bebé de um ano sem respirar debaixo desta lama. Você consegue?”, responde à jornalista que estava no local.

A objetiva do canal brasileiro Globo captou o momento de desespero. Os moradores adiantam que aquando do começo do temporal uma loja e um bar estavam em pleno funcionamento. As imagens são do Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, um dos locais mais afetados pelas chuvas torrenciais que devastaram Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Cenários como este multiplicam-se por toda a cidade. “As imagens são muito fortes e, provavelmente, vamos amanhecer com imagens tão ou mais fortes. É realmente uma tragédia grande”, previa o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ainda durante a noite de terça-feira.

“Cenas de guerra! Carros pendurados em postes! O que nós vimos é uma cena muito triste, cena praticamente de guerra", disse o governador do Rio de Janeiro.

“Uma catástrofe provocada por chuvas torrenciais”, foi assim que, em nome do governo brasileiro, o ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Rogério Marinho, classificou o sucedido em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Em quatro horas choveram mais de 300 milímetros cúbicos, segundo o governo brasileiro, algo que levou ao colapso da barreira de sustentação de terras do Morro da Oficina. O resultado foi desastroso: pelo menos 94 mortos, mais de 300 desalojados e uma cidade inteira inoperacional.

Relacionados

Brasil

Mais Brasil

Mais Lidas

Patrocinados