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Durou "mais de cinco minutos" a conversa de Centeno com o "surpreendido, espantado e preocupado" ministro das Finanças

16 mai, 12:05
Mário Centeno (Filipe Amorim/Lusa)

Mário Centeno diz colocou o Ministério das Finanças - o atual e o anterior - a par dos prejuízos do Banco de Portugal

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, comentou as declarações do ministro das Finanças, Miranda Sarmento, que revelou “surpresa, espanto e preocupação” - em abril - com a notícia de que o Banco de Portugal iria registar um prejuízo operacional superior a mil milhões de euros. Centeno garante que falou sobre esse cenário, quer com o atual quer com o anterior detentor da pasta.

"Preparámo-nos para este momento que sabíamos que ia acontecer. Obviamente falei com o anterior e com o atual mininstro das Finanças. Eu falo com muitas pessoas e com várias pessoas na verdade", afirmou.

Centeno revelou ainda que, "após a tomada de posse", solicitou "uma audiência com o ministro, que foi bastante produtiva e durou mais de cinco minutos e todos os temas foram abordados".

Lembrando que sempre “foi tornado público, bastante público, aquilo que é a evolução destas dimensões no Banco de Portugal”, Mário Centeno disse ainda que "o único detentor do capital é o Estado".

"Foi sempre tornado bastante público a evolução destas dimensões. O Banco de Portugal tem um único detentor de capital, apresenta as contas ao Ministério das Finanças, que é o representante do Estado, dentro dos prazos legais, fê-lo desta vez também. Não houve nenhuma descontinuidade. Obviamente que falei quer com o anterior ministro quer com o atual ministro das Finanças.”

Já sobre os resultados apresentados esta quinta-feira, Centeno afirmou que "2023 representou para Portugal a continuidade de um processo absolutamente único" e que "a trajetória da inflação seguiu muito próximo daquilo que aconteceu na área do euro".

"Tivemos um processo inflacionista que é quase uma cópia daquilo que aconteceu na área do euro, o que é uma vantagem para a nossa economia. Portugal apresentou a ter níveis de capacidade de financiamento. As nossas provisões que foram apresentadas projetam a continuidade de redução do endividamento externo. Reside neste indicador um dos detalhes mais relevantes para o sucesso da nossa economia."

O governador do Banco de Portugal explica ainda que "as condições dos resultados orçamentais em 2023 são melhores do que o 1,2 reflete".

"O excedente orçamental que aconteceu em 2022 foi na verdade inferior aquele que se perspetivava um ou dois meses antes da sua divulgação. As condições de partida dos resultados orçamentais, em 2023, são melhores do que o que o 1,2 reflete. Porquê? O excedente orçamental de 1,2 tem refletido nele um conjunto de efeitos não repetíveis que fazem reduzir esse excedente", acrescentando que a economia portuguesa teve um "comportamento extraordinário".

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