“Nós precisamos de vocês em Portugal”, diz Montenegro a alunos na Suíça

Agência Lusa
11 jun, 16:41
Luís Montenegro (Hugo Delgado/Lusa)

O chefe do Governo apelou a que estes jovens continuem a aprender "a língua, a história e a cultura portuguesa" e que "mantenham vivos os laços"

O primeiro-ministro afirmou hoje perante alunos de uma escola de ensino português em Genebra que deseja que sejam felizes na Suíça, mas frisando que também são necessários em Portugal.

“O nosso objetivo é que sejam felizes e realizados nos locais onde se encontram – alunos, professores e comunidade -, mas nós também precisamos de vocês em Portugal”, afirmou Luís Montenegro, no primeiro ponto da deslocação conjunta com o Presidente da República à Suíça, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal.

O chefe do Governo apelou a que estes jovens continuem a aprender “a língua, a história e a cultura portuguesa” e que “mantenham vivos os laços” que os unem às famílias, amigos e interesses em Portugal.

“O Governo de Portugal, o vosso governo acolher-vos-á no nosso território para ajudar a criar uma sociedade mais forte, social e economicamente, para ser mais justa e dar uma oportunidade a todos”, afirmou.

Luís Montenegro considerou “muito reconfortante” verificar que a cultura e A língua portuguesa “estão bem vivas” na Suíça, país que acolhe cerca de 260 mil emigrantes portugueses.

“Estarmos aqui hoje por decisão do Presidente da República é sinónimo da proximidade e da importância que damos a estar convosco (…) Nós portugueses somos capazes de ser tão bons como os melhores ou mesmo os melhores dos melhores”, enalteceu, dando como exemplo o poeta Luís de Camões, cujas comemorações dos 500 anos do nascimento arrancaram na segunda-feira em Coimbra.

Depois das intervenções iniciais, o Presidente da República e o primeiro-ministro, sentados num palco de uma das salas de aula, precisamente com um desenho de Luís de Camões por trás, responderam a algumas perguntas dos alunos, com idades entre os 11 e os 14 anos.

“Como acha que me sinto quando sou emigrante e não pertenço a nenhum lugar?”, questionou Francisca Martins.

O primeiro-ministro pediu-lhe para se sentir “sempre portuguesa” e aproveitou para falar também sobre a situação dos imigrantes em Portugal, quase um milhão, muitos deles com filhos a estudar nas escolas portuguesas.

“Digo muitas vezes que eles devem sentir-se também portugueses, novos portugueses, e que Portugal lhes quer bem. Quem pensa assim para os que recebe no seu pais, também deve ter respeito para os que recebem bem os nossos, a Suíça recebeu sempre bem os portugueses, defendeu.

Em resposta a outra aluna, que lhe perguntou o que pode fazer para que os jovens não deixem Portugal, Montenegro reiterou que essa é uma prioridade do atual Governo.

“Este Governo nos próximos anos - creio que é um caminho igual em todos os partidos políticos -, todos estamos muito empenhados em ter para a juventude alguma diferenciação positiva para ficarem em Portugal: pagarem menos impostos, terem ajuda para comprar a primeira casa”, exemplificou.

Montenegro repetiu o apelo para que os jovens perante os quais falou hoje “possam pensar em viver em Portugal” ou, pelo menos, “não se esqueçam que muitos dos seus familiares e amigos estão lá”.

“Continuem a ajudar-nos, a levar mais investimento para Portugal e abrir mais empresas portuguesas aqui. E façam um esforço para preservar um dos mais valioso património que nos une a todos: a língua”, pediu.

Já questionado se gostava de ir à escola quando era jovem, Montenegro disse que sim, mas admitiu que “a parte de que mais gostava eram os intervalos”.

“A escola é uma oportunidade, não desperdicem essa oportunidade, aproveitem para aprender e para se divertir”, aconselhou.

As comemorações do Dia de Portugal prosseguem a partir de hoje e até quarta-feira na Suíça, país que acolhe a segunda maior comunidade de emigrantes portugueses no mundo (a seguir a França), com Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro a realizarem a sua primeira deslocação em conjunto ao estrangeiro.

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