Comissário europeu encoraja todos os países da UE a comprarem mais armamento: "Temos de passar para o modo de economia de guerra"

5 mar, 09:06
Thierry Breton (AP)

"Amanhã decidiremos se vamos endireitar a nossa capacidade de produção de Defesa"

Uma mudança dos moldes da indústria europeia de armamento para “modo de economia de guerra” vai estar em discussão em Bruxelas.

A Comissão Europeia vai propor esta terça-feira a medida de modo a impulsionar o desempenho no fabrico de armamento como resposta às recentes manobras russas na Ucrânia.

A confirmação partiu de Thierry Breton, comissário europeu da Indústria. O francês garantiu que vai avançar com a proposta e encoraja para já todos os países da União Europeia a compraram mais armamento com o propósito de aumentar a capacidade de produção.

“Amanhã decidiremos se vamos endireitar a nossa capacidade de produção de Defesa. Temos de passar para o modo de economia de guerra para fornecer o que a Ucrânia precisa, mas também para sermos capazes de assegurar a nossa própria segurança”, disse Breton, em entrevista à France TV Europe.

🔴 DIRECT - 🗣 "Nous allons décider demain de mettre ensemble notre capacité de production de défense. Nous devons passer en mode économie de guerre afin de fournir ce dont l'Ukraine a besoin mais aussi pour notre propre sécurité" annonce le commissaire européen Thierry Breton… pic.twitter.com/obZ5vs0De3

— franceinfo (@franceinfo) March 4, 2024

O responsável pela Indústria europeia entende que, neste momento, existe a “necessidade de mudar o paradigma” e que a única solução é a “economia de guerra”. “Isto significa que a indústria de Defesa europeia também deve correr mais riscos.”

A tensão escalou precisamente há uma semana, quando França convocou os aliados. Primeiro foi o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que disse que estava a ser considerado o envio de tropas ocidentais para território ucraniano.

Depois surgiu o primeiro-ministro português, António Costa, a dizer que nem sequer tinha sido discutido.

A meio caminho de Robert Fico e de António Costa, ficou o presidente de França ao afirmar que não é possível excluir a hipótese de países da NATO enviarem soldados para a Ucrânia. As declarações de Emmanuel Macron ocorreram após a conferência de Paris, que juntou representantes de mais de 20 países, incluindo Portugal, Emmanuel Macron disse que “não há consenso para enviar tropas para o terreno”.

“Mas, em termos de dinâmica, nada pode ser excluído”, acrescentou, reiterando a mensagem que já tinha deixado antes da reunião: “Vamos fazer tudo o que for preciso para a Rússia não ganhar a guerra”. E por isso foi decidido avançar com “uma economia de guerra” e “criar uma coligação para ataques profundos e, portanto, mísseis e bombas de médio e longo alcance”

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