"Temos de nos preparar para os diferentes riscos". Costa diz que apoio à Ucrânia é a "melhor defesa para nós no futuro"

26 fev, 21:44

Chefe do Governo lembrou o exemplo da ocupação de Timor-Leste e o papel de Portugal no conflito

O primeiro-ministro negou a possibilidade de a NATO transferir soldados para a Ucrânia, contrariando a versão do homólogo eslovaco, depois de Robert Fico ter vindo dizer que "um número de Estados-membros da NATO e da União Europeia estão a considerar enviar tropas para a Ucrânia numa base bilateral".

À saída da reunião de líderes europeus que decorreu esta segunda-feira em Bruxelas, António Costa afastou essa possibilidade, garantindo que nem sequer foi tema de conversa em Paris, onde esteve em discussão o apoio europeu à Ucrânia.

“Não há nenhum cenário onde essa questão se tenha colocado nem vejo que qualquer país da NATO o deva fazer”, afirmou, lembrando que essa decisão, a acontecer, teria de ser sempre em conjunto.

“Nem vejo que qualquer país da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] o deva fazer e, sobretudo, são decisões que a serem tomadas terão de ser tomadas coletivamente, porque numa aliança de defesa coletiva a geração de riscos é também do interesse comum de todos, mas não foi tema” nesta reunião em Paris, acrescentou.

Apesar disso, e depois da hipótese lembrada pelo presidente francês, que alertou para a possibilidade de um ataque mais abrangente da Rússia, António Costa sublinhou que é necessário saber quais são os riscos existentes, "que são diversos".

"A forma como hoje soubemos demonstrar a capacidade de apoiar o esforço extraordinário do povo ucraniano na sua própria defesa, do Direito Internacional, é a melhor defesa para nós no futuro", acrescentou, lembrando o exemplo de Timor-Leste, que foi ocupado ilegalmente pela Indonésia, e que Portugal chegou a "bater-se" sozinho pela autodeterminação do país.

Os países da NATO e da União Europeia, organizações às quais pertence Portugal, têm fornecido milhares de milhões de euros em ajuda militar à Ucrânia, seja através de armas, carros de combate ou munições.

Em paralelo as forças ocidentais estão a treinar as tropas ucranianas, incluindo com caças F-16, que ainda não estão a ser utilizados no terreno, mas que devem ficar disponíveis em breve, quando o treino dos pilotos ucranianos terminar.

Apesar disso, caso a hipótese lançada por Robert Fico se viesse a verificar, isso marca um novo passo na guerra, até porque o Ocidente, nomeadamente a NATO, querem evitar um conflito direto com a Rússia.

“Nem a NATO nem os aliados da NATO são parte do conflito”, afirmou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, a 14 de fevereiro.

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