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Professor universitário, investigador e autor

Diplomacia versus Guerra: à solta ou à deriva?

1 mar, 20:42

Diplomacia e Guerra são termos e conceitos antagonicamente correntes e recorrentes, de sempre e ... para sempre! Mas - afinal, porquê?

Ora bem, o que as une é tal e qual aquilo que as separa, comparando-as a uma relação de amor-ódio. Vejamos: fosse a Diplomacia realmente a alma mater de todas as nações, a guerra seria um não-assunto ou apenas algo platónico. 

Historicamente, basta recuar uns tantos e quantos séculos que rapidamente nos recordamos que as guerras (e tudo o que com elas se equipara e compara, como as epidemias e companhia) são cíclicas, apesar de que nuns países/continentes mais e noutros menos.

Em bom rigor, a guerra sobrepõe-se muito mais à diplomacia (seja diplomacia política, económica, empresarial ou até comercial) do que a diplomacia à guerra. Na realidade, uma guerra gera muitas outras guerras, já a diplomacia per si não tem, na maioria dos casos, este efeito multiplicador no diagnóstico de conflitos e minimização das causas - a montante, e dos efeitos e consequências - a jusante, da guerra no mundo. 

Falamos de idiossincrasias diplomáticas que diplomaticamente pouca diplomacia garantem, por valores e interesses mais altos que se levantam e permanecem, derivados de tensões de outros tempos idos, mas de tempos em tempos bem vivos. Os enviesados interesses e valias sem escrúpulos várias bloqueiam o sentido de missão da diplomacia enquanto instrumento de apaziguamento e não de tormento.

Em contextos de guerra, assistimos muito mais à geração de conflitos do que propriamente à resolução dos ditos conflitos. É a diplomacia o elo mais fraco, em arena? Mas, não deveria então ser o elo mais forte para travar as guerras? Deveria, se deveria. Deveria ser o Alfa num mundo desigual, com pouco igual ou sem igual, cada vez mais e por demais desigual.

Não creio que haja guerras sem que, na origem destas, haja um conjunto de diferenças ideológicas e político-partidárias/político-diplomáticas que, das duas uma: as causam ou alimentam. A diplomacia nem sempre vence, pois quase sempre perde ou pelo menos em quase pouco vence. Políticas à parte ou à mistura, entre povos e nações, a diplomacia não é mutualista, mas pluralista, não unifica, antes desunifica. Em prol de diplomacias mais Alfas, contrastando com diplomacias em versão Beta.

Como a guerra destrói a diplomacia e a diplomacia constrói a harmonia... E, não raras as vezes, como ambas andam à solta e à deriva...

Convictamente, faltar-nos-á uma nova ordem diplomática, baseada numa nova reforma diplomática, ou - quiçá, uma nova era da diplomacia moderna ou ultramoderna.

Termino com uma nota solta para reflexão: Quo vadis Diplomacia & Quo términus Guerra?

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