A indústria russa do armamento é alimentada por vários países, mas há um que se destaca

2 mai, 18:02
Míssil Kh-47M2 Kinzhal. Alexander Zemlianichenko/AP/FILE

Entre março e julho de 2023 realizaram-se mais de 10 mil transações mensais de equipamento crítico entre estes dois países

Nada parece parar o crescimento enorme da indústria do armamento da Rússia, que produz mais equipamento crítico agora do que alguma vez desde o início da invasão da Ucrânia.

Este crescimento, o qual as sanções ocidentais não beliscaram, deve-se a novos grandes parceiros internacionais. Turquia, Emirados Árabes Unidos e Índia têm fornecido bastantes peças e componentes eletrónicos à Rússia, mas há um país que se destaca.

De acordo com um estudo do Centro para os Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), think tank norte-americano, citado pelo The Economist, a China tem um papel preponderante no sucesso das tropas russas na Ucrânia.

“As empresas chinesas forneceram à Rússia semicondutores que são cruciais para o fabrico de vários sistemas de armamento. Também forneceram equipamento de navegação, peças para jatos e produtos mais genéricos, como rolamentos de esferas, utilizados em peças de artilharia e outros equipamentos”, escreve a publicação britânica.

Segundo os registos analisados pelo CSIS, as importações de produtos para hardware crítico, designados de máquinas de Controlo Numérico Computorizado (CNC), vêm em grande número da China, país que diz ser neutro em relação à guerra no Leste da Europa.

Entre março e julho de 2023, realizaram-se mais de 10 mil transações mensais destas máquinas entre os dois países. O aumento das trocas destes produtos entre Moscovo e Pequim, nota a publicação, coincidiu com a visita de Xi Jinping à capital russa, em março do ano passado, onde os líderes dos dois países se reuniram.

O The Economist refere que “apertar” as sanções é difícil, uma vez que a Rússia está a utilizar cada vez mais equipamento de qualidade inferior que também é usado para fins civis, e porque a própria indústria de defesa da Ucrânia depende, em certa medida, das importações da China.

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