Vem aí uma coligação de vários países para proteger navios comerciais dos "ataques graves" em curso no Mar Vermelho

18 dez 2023, 21:41
Iémen Houthis

Esta coligação foi criada após três navios comerciais terem sido atingidos por mísseis disparados pelos rebeldes Houthis

Os Estados Unidos anunciaram esta segunda-feira a criação de uma nova coligação para proteger os navios que transitam através do Mar Vermelho, numa altura em que os rebeldes Houthis, do Iémen, têm atacado várias embarcações no local, à margem da guerra entre Israel e o Hamas.

O anúncio foi feito pelo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, durante uma visita ao Barhein. Várias embarcações de grandes empresas de transporte têm sido atacadas por drones ou mísseis balísticos disparados pelos rebeldes iemenitas, que também estão a combater Israel a partir do sul do Médio Oriente.

A gravidade dos ataques, muitos dos quais com danos consideráveis nos navios que ali circulam, levaram muitas empresas a anunciar a suspensão das rotas através do Mar Vermelho até que a segurança esteja garantida. Uma paragem que pode ter em breve consequências económicas, até porque o custo do transporte pode subir consideravelmente.

"Este é um desafio internacional que exige uma ação coletiva", disse Lloyd Austin, num comunicado divulgado após várias negociações. "Por isso anuncio o estabelecimento da Operação Guardião da Prosperidade, uma nova e importante iniciativa multinacional no domínio da segurança".

Além dos Estados Unidos, países como o Reino Unido, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Bahrein ou Seicheles também se juntam nesta missão. Alguns dos países terão como missão a realização de patrulhas conjuntas na área, enquanto outros terão como responsabilidade a partilha de informações sobre o que passa no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.

A missão vai ser coordenada pela Task Force Combinada 153, formada em abril de 2022 para aumentar a segurança em torno do local. Nesta força estão presentes 39 países, mas ainda não é certo se, para além dos já anunciados, há mais nações a participarem na coligação agora anunciada. Por isso mesmo países como a Alemanha, Arábia Saudita, Japão ou Egito podem ainda juntar-se.

Num esforço de antecipação à criação desta coligação, os Estados Unidos destacaram os navios USS Carney, USS Stethem e USS Mason para o estreito de Bab el-Mandeb, precisamente para tentar deter os ataques Houthis.

Esta coligação foi criada após três navios comerciais terem sido atingidos por mísseis disparados pelos rebeldes Houthis a 3 de dezembro. Esses ataques surgiram já depois de outros disparos em direção a navios de guerra norte-americanos que estão no local.

Até ao momento os Estados Unidos ainda não lançaram qualquer ofensiva sobre os Houthis, limitando-se a tentar parar os ataques sofridos pelos seus navios. Agora abre-se uma perspetiva de que isso possa vir a acontecer.

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