Jorge Nuno Pinto da Costa, 83 anos, 39 à frente do FCP, suspeito da justiça

22 nov 2021, 18:25
Pinto da Costa (foto FC Porto)

Não é só o filho, é também o pai. Ministério Público recolheu indícios que tornam presidente histórico do FC Porto suspeito de recebimento de dinheiro em negócios de jogadores

Jorge Nuno Pinto da Costa, 83 anos, é considerado suspeito pelo Ministério Público de ter recebido indevidamente dinheiro em negócios do futebol envolvendo o FC Porto, clube de que é presidente desde 1982. A informação foi confirmada pela CNN Portugal junto de fontes judiciais envolvidas no processo, que hoje mandatou 33 buscas em Lisboa e Porto.

Em causa estão suspeitas de recebimento indevido e não declarado de comissões em negócios com o FC Porto, o que implicará os crimes de burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais. Conforme o jornal “Sol” avançou esta tarde, numa informação que a CNN Portugal já confirmou, o Ministério Público suspeita que Jorge Nuno Pinto da Costa desviou 40 milhões de euros da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do FC Porto em operações que incluem transferências de jogadores de futebol.

A cerca de 270 dias de completar 40 anos à frente do clube azul-e-branco, marcados por um palmarés de vitórias no futebol, Pinto da Costa entra na lista de suspeitas junto com o seu filho, Alexandre, também ele alvo do processo judicial em causa.

Não são novidade as suspeitas sobre Alexandre, mas são-no as que envolvem Jorge Nuno Pinto da Costa. Segundo as fontes judiciais, em cima da mesa chegou a estar a possibilidade de emitir mandado de captura para o presidente dos Dragões, mas o procurador-geral adjunto Rosário Teixeira decidiu não avançar com a diligência. A idade de Pinto da Costa pesou na decisão.

Questionado, o FC Porto não respondeu a perguntas colocadas pelos jornalistas, tendo emitido um comunicado ao final da tarde onde garante que colaborará com a investigação.

Buscas: diga trinta e três

A investigação abarca pagamentos de comissões superiores a 20 milhões de euros, relacionados com transferências de futebolistas e negócios de transmissão de direitos televisivos. Esta segunda feira de manhã, uma operação conjunta entre o Ministério Público e a Polícia de Segurança Pública realizou 33 buscas em Lisboa e no Porto, incluindo à SAD do FC Porto, a uma instituição bancária, a instalações de sociedades e a diversas residências.

Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) afirma que os factos sob investigação remetem para “pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros”.

as diligências efetuadas esta segunda-feira tiveram como objetivo investigar a suspeita da prática de crimes de “fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios”.

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