Máscaras caem mas positividade continua "elevada" e meta da mortalidade ainda não foi atingida. Estes cinco fatores explicam a decisão do Governo

21 abr 2022, 16:30

Com a entrada em vigor desta medida, o uso de máscaras deixa de ser obrigatório nas escolas, depois de muitas críticas de especialistas, pais e professores, e até mesmo dos partidos com assento parlamentar. 

O Governo anunciou esta quinta-feira o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras nos espaços interiores fechados, à exceção dos locais frequentados por pessoas vulneráveis, como lares de idosos e estabelecimentos de saúde, e de difícil arejamento, como transportes públicos. 

Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde reconheceu que a positividade (a proporção entre o número de infetados e o número de testes realizados) mantém-se a um "nível elevado", de 25%, bem como a taxa de mortalidade por covid-19, que continua "acima do indicador de referência do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)", de 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias, estando ainda em 27,9.

Ainda assim, Marta Temido considerou que o país está agora numa situação que permite "alterar o enquadramento" das medidas restritivas em vigor até agora, até porque "as circunstâncias da pandemia mudaram". Nesse sentido, a ministra elencou cinco fatores que contribuíram para pôr fim à obrigatoriedade do uso de máscaras nos espaços interiores:

Taxa de vacinação

O primeiro fator é a percentagem de vacinação primária contra a covid-19, que, de acordo com a mais recente atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS), se encontra agora nos 92%, bem como da vacinação de reforço, que está nos 61%. Marta Temido sublinhou que esta percentagem de vacinação é "reconhecidamente muito protetora", colocando Portugal "num patamar muito diferente do que existe noutros países".

Novos medicamentos

A ministra salientou ainda a entrada no mercado de novos fármacos contra a doença grave. Embora não tenha entrado em detalhes sobre esta questão, sabe-se que Portugal autorizou até 32,7 milhões de euros para comprar medicamentos contra a covid-19, depois de terem sido  cedidas sete autorizações para introdução no mercado de medicamentos para tratamento da doença, no âmbito da Estratégia para as Terapêuticas Covid-19 da Comissão Europeia.

Mais conhecimento da doença

Marta Temido sublinhou ainda que a comunidade científica tem agora um conhecimento "muito maior" da doença, quando comparado com o início da pandemia, em março de 2020. 

A conjuntura internacional

De acordo com a ministra, a conjuntura internacional da vacinação e do número de novos casos de covid-19 está agora num nível "favorável", apontando a Europa como exemplo disso mesmo. Vários países já deixaram cair a obrigatoriedade do uso da máscara, incluindo, mais recentemente, a Espanha.

A chegada do bom tempo

O último fator apontado por Marta Temido é a chegada do bom tempo. "Vamos entrar num período que, em termos de sazonalidade e em termos de temperaturas, é tradicionalmente menos favorável à transmissão deste tipo de vírus respiratórios", explicou.

Com a entrada em vigor desta medida, o uso de máscaras deixa de ser obrigatório nos espaços interiores fechados, como centros comerciais, e nas escolas, depois de muitas críticas de especialistas, pais e professores, e até mesmo dos partidos com assento parlamentar. 

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