Factos Primeiro: "A polícia foi absolvida pela agressão" no caso Cláudia Simões? André Ventura disse a verdade, mas...

CNN Portugal , HCL
4 jul, 16:16
André Ventura na apresentação do Programa de Governo (LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO)

O Tribunal de Sintra pronunciou-se esta semana sobre o caso e o líder do Chega fez referência a ele para exigir que a classe política peça desculpa ao agente acusado de agredir Cláudia Simões

André Ventura decidiu usar o caso de Cláudia Simões para sublinhar que a classe política virou as costas ao agente da PSP Carlos Canha quando este foi acusado e depois ilibado de ter agredido a mulher junto a uma paragem de autocarro na Amadora. “Há uns dias, tivemos todos de recordar o caso de agressão”, começou por indicar o líder do Chega, referindo-se ao acórdão do Tribunal de Sintra conhecido na segunda-feira e que declarou Cláudia Simões culpada de ter mordido o polícia..

Recordando o mês de janeiro de 2020, quando este caso começou a ser investigado, Ventura garantiu que, no “Parlamento, a polícia foi acusada de racismo e de uso excessivo da força”, acrescentando que, agora, “a polícia foi absolvida pela agressão”. “Ficou provado que Cláudia Santos mordeu o polícia, o atacou e desobedeceu. Ouviram alguém pedir desculpa? Daqueles que aqui nesta casa atacaram a polícia?”, acabou a questionar em pleno debate sobre o suplemento remuneratório para a PSP e para a GNR no Parlamento, e com centenas de polícias em protesto à porta da AR e nas galerias.

André Ventura está certo quando diz que Cláudia Simões mordeu o polícia - acabou por receber uma pena de oito meses de prisão, suspensa na execução, por um crime de ofensa à integridade física qualificada. E está certo sobre o facto de Carlos Canha, o agente da PSP, ter sido absolvido das acusações de agressão na detenção desta mulher.

Portanto, André Ventura disse a verdade, mas não a contextualizou com o restante acórdão. É que, tendo sido absolvido daquela agressão, o mesmo agente acabou condenado por agredir outras duas pessoas na esquadra no mesmo dia em que existiram as agressões junto à paragem de autocarro na Amadora. De acordo com o acórdão do Tribunal de Sintra, o agente da PSP foi condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, por dois crimes de ofensa à integridade física e dois crimes de sequestro.

Tanto a defesa de Cláudia Simões, como a de Carlos Canha, anunciaram que iriam recorrer da decisão do tribunal.

Factos Primeiro

Mais Factos Primeiro

Patrocinados