Central nuclear tomada pelos russos e Mariupol cercada. O que aconteceu até agora no 9.º dia de guerra

4 mar 2022, 13:52

Um incêndio deflagrou na maior central nuclear da Europa depois do ataque russo, durante a madrugada. A situação foi dada como controlada ao início da manhã. As equipas ucranianas continuam na central, mas a zona foi tomada pelas forças russas. Já a maior cidade portuária da Ucrânia está totalmente cercada pelos militares da Rússia e pode estar "à beira de uma catástrofe". Ucranianos comparam cerco russo ao nazi

  • A central nuclear de Zaporizhzhia, na cidade de Enerhodar, foi alvo de um ataque russo durante a madrugada. Um incêndio deflagrou no local depois de um projétil ter atingido um edifício, mas nenhum dos reatores foi atingido, segundo o chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), da ONU, Rafael Grossi.
  • Apesar das equipas ucranianas continuarem a trabalhar na maior central nuclear da Europa, os russos tomaram controlo do local.
  • O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica avançou que as autoridades suspeitam que o projétil que atingiu a central nuclear era russo. No entanto, o ministro da defesa russo atribuiu o ataque a sabotadores ucranianos.
  • O presidente ucraniano acusou a Rússia de “terrorismo nuclear” e apelou aos povos europeus para que pressionem os respetivos governos a agir: "Temos de deter as tropas russas", afirmou Zelensky.
  • A NATO rejeitou o pedido da Ucrânia para que o seu espaço aéreo seja encerrado, considerando que, se tal acontecesse, "seria a guerra total na Europa". Após a reunião extraordinária de ministros dos negócios estrangeiros, que decorreu em Bruxelas, Jens Stoltenberg assumiu que os próximos dias na Ucrânia "serão provavelmente, piores, com mais morte, mais sofrimento e mais destruição".
  • O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediu "uma reunião de emergência do conselho de segurança da ONU" depois do ataque à central nuclear de Zaporizhia.
  • Várias explosões seguidas foram ouvidas em Kiev ao início da tarde, antes de voltarem a soar as sirenes. De acordo com a Reuters, ainda não se sabe a origem dos rebentamentos.
  • O número de vítimas mortais do ataque aéreo de ontem a uma zona residencial de Chernihiv subiu para 47.
  • Continua o avanço russo em direção à cidade portuária de Mariupol. O porto está cercado por tropas russas desde ontem e a cidade tem sido alvo de “bombardeamentos constantes”, alguns dos quais com o objetivo de destruir infraestruturas, como é o caso da ferrovia. O coronel Mendes Dias, especialista em assuntos militares da CNN Portugal, explicou que "é uma questão de tempo" para que a cidade caia nas mãos do inimigo, mas o exército já disse que não se vai render.
  • O autarca de Kharkiv, onde nas últimas 24 horas morreram 34 civis, afirmou à CNN Internacional que o exército da Rússia está "intencionalmente a tentar eliminar o povo ucraniano" ao atacar estruturas civis. A cidade está destruída e 13 dos 16 ataques levados a cabo pelos russos foram a edifícios civis: escolas, prédios residenciais e lojas.
  • O conselheiro presidencial Mykhailo Podolak, que integrou a delegação ucraniana que participou nas negociações de cessar-fogo com a Rússia, anunciou a realização de uma conferência de imprensa às 15:30 locais, 13:30 em Lisboa.
  • O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, acusou os militares russos de violarem mulheres nas cidades ocupadas na Ucrânia.
  • Putin pede aos países vizinhos para "normalizarem relações" com a Rússia, deixando o aviso para que não adotem comportamentos hostis.
  • As autoridades russas restringiram o acesso aos sites de quatro meios de comunicação independentes: a edição em russo da BBC e da rádio e televisão internacional alemã Deutsche Welle, e o site independente Meduza e da Radio Svoboda foram "limitados". A decisão reforça ainda mais o controlo sobre as informações.
  • Mais de 1,2 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão, de acordo com um novo balanço do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. A maior porta de saída tem sido a Polónia que, oficialmente, já recebeu 624.500 pessoas.
  • O Conselho de Direitos Humanos da ONU apoiou a resolução de investigação de crimes de guerra na guerra e condenou as supostas violações de direitos pela Rússia na Ucrânia.
  • Mais sanções contra a Rússia estão a ser planeadas, avançou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda em entrevista à RTE, dizendo que suspeita que "todos os navios de bandeira russa serão proibidos de entrar nos portos da UE".
  • O parlamento da Rússia aprovou uma lei que torna crime, com pena de prisão, a divulgação de informações "falsas" sobre as forças armadas. A lei, aprovada pelo Parlamento, introduz multas e penas de prisão para quem espalhar intencionalmente informações falsas sobre as forças armadas.

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