Bispo de Bragança diz há «amplificação» da pedofilia na comunicação social

tvi24 , AMS
8 abr 2010, 20:17
Páscoa no Vaticano

D. António Moreira Montes afirma que cada caso que aconteça «é um caso a mais» mas que não tem sentido uma reacção negativa dos fiéis

O bispo da Diocese de Bragança/Miranda, D. António Moreira Montes, considerou hoje que «há casos a mais» de pedofilia no seio da Igreja embora entenda que existe uma «amplificação» na Comunicação Social.

«Agora mesmo fazendo o desconto de que se trata de casos muito limitados, um caso que haja é um caso a mais", acrescentou.

D. António Moreira Montes acredita que a polémica não vai ensombrar a visita papal, mas defende ser necessário «um esforço para superar as possíveis consequências negativas» e disse estar a seguir as notícias «com cuidado».

«Estou preocupado com qualquer cristão que não cumpre com a fidelidade da sua vida e sobretudo um padre», declarou.

Para o prelado, «é sempre lamentável que estas coisas aconteçam», mas sublinhou que «é um assunto que nada tem a ver com o celibato», citando estudos que indicam que «estas coisas acontecem em maior número entre casados do que entre celibatários».

Apesar de entender que se trata de «uma proporção muito limitada» reitera que «em termos eclesiais um caso que aconteça é um caso a mais e de facto há casos a mais».

Por outro lado, o bispo de Bragança/Miranda aponta o que classifica a «amplificação» que a Comunicação Social faz dos casos.

«Eu tenho seguido, por exemplo, os noticiários da Euronews, e vê-se pela insistência com que falam do assunto que não é uma preocupação meramente informativa», considerou.

Vaticano diz que ex-bispo norueguês pedófilo foi enviado para terapia


Mas se D. António Moreira Montes está atento à notícias sabe que a última notícia, desta quarta-feira, fala de mais um caso de abuso, agora na Noruega.

O Vaticano afirmou que sabia, desde Janeiro de 2009, do abuso sexual de menino cometido pelo ex-bispo da Igreja Católica da Noruega Georg Müller, há 20 anos.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou ainda que Müller foi enviado para terapia e afastado de sua actividade pastoral.

«Do ponto de vista das leis civis, o caso estava prescrito. A vítima, agora maior de idade, pediu para permanecer anónima", completou, justificando o segredo em torno do caso.

Em comunicado divulgado no site da Igreja do país nórdico, Eidsvig declarou que o facto de a Santa Sé ter agido «rapidamente quando o caso foi relatado» foi um «pequeno» aspecto positivo «no meio do desespero que todos nós sentimos hoje».

O episódio é o primeiro confirmado na Igreja Católica deste país de maioria protestante.

O Bispo de Bragança não deu indicação para homilias sobre o assunto


D. António Moreira Montes afirmou que não tem sentido na diocese reacção negativa dos fiéis às notícias, nem deu qualquer indicação para as homilias sobre o assunto.

«Sei que vários bispos falaram sobre o assunto, eu não senti necessidade de falar porque também não é preciso que todas as pessoas falem», disse.

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