Bandeira azul na praia, bandeira verde na escola

19 out 2007, 17:09

Eco-escolas é uma «oportunidade» para reforçar a educação ambiental dos mais novos

O galardão das Bandeiras Verdes, atribuídos às escolas que promovam o ambiente, quer ser uma referência para os estabelecimentos de ensino como as Bandeiras Azuis são para as praias, revelou hoje um dos organizadore.

Segundo José Archer, presidente da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), este galardão para as Eco-escolas, que foi hoje atribuído em Pombal a 455 escolas de todo o país, visa incentivar a mudança de comportamentos ambientais nos estabelecimentos, apostando em projectos educativos junto dos mais novos, escreve a Lusa.

A ABAE «trabalha com a educação ambiental e este é o projecto que melhor reflecte esta nossa preocupação» até porque «deixa uma marca nas futuras gerações», explicou José Archer que gostaria de ver as escolas tão empenhadas em obter Bandeiras Verdes como as praias em ter Bandeiras Azuis.

«É um caminho que se está a fazer e que queremos investir ainda mais», disse o dirigente.

Para Margarida Gomes, coordenadora do projecto Eco-escolas, a aposta da ABAE passa também pelo incremento de iniciativas complementares que ajudem à mudança de comportamentos entre os mais novos.

Nesse sentido, a ABAE vai repetir a parceria com a Galp para um concurso escolar e está em estudo a criação de uma comunidade social on-line, denominada EcoKweb
, que pretende partilhar ideias entre as escolas para melhorar o ambiente em cada estabelecimento e na sociedade envolvente.

Durante o dia de hoje, passam por Pombal cerca de três mil pessoas, entre jovens e professores, podendo assistir a várias acções de sensibilização ambiental como corridas de carros solares ou jogos educativos, entre outras iniciativas.

«Aprendi, ao longo do ano, que o clima está a mudar e as pessoas não podem ficar de braços cruzados porque os problemas estão aqui», resumiu Bárbara Oliveira, aluna de 14 anos.

Depois de percursos na costa de inventariação do lixo, acções de reciclagem e projectos de valorização energética, a escola dos Açores foi uma das galardoadas e Bárbara Oliveira visitou o continente.

E esta consciencialização ambiental começa a sentir-se mesmo entre os mais novos, como João Cunha de oito anos, que veio de Sendim, e que alertou para a necessidade de aumentar a separação dos resíduos.

«É uma coisa tão simples que devia ser obrigatória para todos», disse o jovem aluno de um ATL. Iniciados há dez anos, o projecto Eco-escolas tem vindo a crescer à média de uma centena de estabelecimentos por ano.

Cada escola que se candidata realiza uma auditoria ambiental e apresenta um projecto ligado aos temas escolhidos pela organização, este ano dedicados às alterações climáticas e às águas residuais e energia.

No final do ano, é feita a avaliação do trabalho feito e caso ele tenha sido bem sucedido, a organização atribuiu uma bandeira verde que poderá ser hasteada no estabelecimento, funcionando como prémio do envolvimento da comunidade escolar.

Para Micael António, vereador da Ambiente da Câmara de Pombal, o projecto Eco-escolas é considerado prioritário pelo município, já que constitui uma «oportunidade» para reforçar a aposta na educação ambiental dos mais novos.

«É mais fácil sensibilizá-los para a mudança de comportamentos» e com isso «podemos atingir as famílias», explicou o vereador.

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