Rui Caçador e os AA: «Renovação levará à saída de jogadores de qualidade»

16 out 2002, 16:31

Técnico não quer fazer parte da equipa principal Técnico diz que quer voltar a trabalhar na formação, não fazendo parte da selecção principal.

Rui Caçador, actual treinador da Selecção Nacional sub-21, não se mostra disponível para integrar uma futura equipa técnica na equipa principal de Portugal. O técnico invoca razões afectivas com os jogadores para a tomada de posição e, à chegada da Turquia, explicou como vê as mudanças na estrutura técnica, mas não quis comentar as afirmações de Luís Figo.

«Quando fomos convidados, eu e o Agostinho Oliveira sabíamos que, independentemente do que acontecesse e depois da eleições na Federação, iria haver alterações e que o nosso espaço seria os sub-21», esclareceu, reportando-se às declarações do jogador do Real Madrid: «Os futebolistas têm da nossa parte todo o apoio, mas cada um de nós tem a sua função e o seu estatuto, e nós não temos de comentar os comentários dos jogadores.»

Rui Caçador disse que se afastou da selecção principal quando se começou a falar em remodelação. «A partir do momento em que se começou a remodelar a equipa decidi retornar ao meu escalão de origem», explicou, acrescentando que continua com a mesma ideia de não voltar aos AA: «Estou disponível para continuar nos escalões de formação e naquilo que a Federação entender. No entanto, ficou claro há dois meses que iria ficar de fora da equipa AA nos próximos tempos.»

Caçador explicou então que as ligações que mantém com alguns jogadores da equipa principal não o deixam continuar no escalão. «Conheço muitos daqueles futebolistas desde que estão na selecção. Estou demasiado ligado a eles em termos afectivos e é preciso dar um passo ao lado e recomeçar as coisas. Fui o primeiro treinador de muitos dos jogadores que estão a aparecer, casos de Meira, Boa Morte, Dani e Nuno Gomes. Por isso não quero estar presente num processo de renovação que vai ser feito e que poderá levar a saída de alguns jogadores de grande qualidade. Tenho uma grande estima por eles, são quase como irmãos mais novos. O passo novo que tenho a dar é, juntamente com Agostinho Oliveira, ir à procura de uma geração nova, que já tem jogadores no primeiro plano do futebol mundial.»

Rui Caçador esclareceu que, a partir de agora, vai concentrar-se na formação. Um trabalho que já realiza há alguns anos e que o leva a enviar alguns recados. «Não acreditamos em gerações espontâneas e sabemos que o modelo é este. Desde a origem que trabalhamos nesta equipa. Não caí na Federação de pára-quedas. Quando lá cheguei já tinha um longo currículo», explicou. 

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