Dona da Café Delta e da Adega Mayor volta a ter um valor mínimo de entrada nas empresas superior ao Salário Mínimo Nacional. Uma política partilhada por empresas como a Super Bock, Jerónimo Martins e IKEA
O grupo Nabeiro, dono da Café Delta e da Adega Mayor, aumentou novamente a remuneração mínima dos seus trabalhadores, fixando-a nos 720 euros brutos, valor que está acima do Salário Mínimo Nacional.
De acordo com o jornal Eco, que avançou com a notícia, o grupo subiu o salário de entrada dos colaboradores em 40 euros face ao ano anterior, em que o valor estava fixado nos 680 euros. A subida é idêntica àquela registada no Salário Mínimo Nacional que passou de 665 euros para 705 euros em 2022.
O Grupo fundado por Rui Nabeiro junta-se a vários outros, como a Super Bock, Lidl, Ikea e Jerónimo Martins, que mantêm remunerações de entrada nas suas empresas superiores ao Salário Mínimo Nacional. A título de exemplo, os salários dos trabalhadores da IKEA Portugal não podem ser inferiores a 750 euros e os do grupo Super Bock estão fixados nos 775 euros.
Esta foi a primeira subida dos salários mínimos nas empresas desde que Rui Miguel Nabeiro, neto do fundador, assumiu a presidência do grupo em setembro. Atualmente, o grupo Nabeiro tem cerca de 3.800 colaboradores e, “em nenhum momento parou de contratar, mesmo durante os dois anos de pandemia”, garantiu a diretora de recursos humanos da empresa Ana Rita Lopes ao jornal Eco.
Rui Nabeiro, o homem que há 60 anos fundou a fábrica de café Delta, em Campo Maior, começou com três empregados e hoje vê a marca presente em 40 países, associada a um volume de negócios que, antes da pandemia, se situava nos 340 milhões de euros.
No seu nonagésimo aniversário, o fundador do grupo contou à TVI que tem uma preocupação de responsabilidade social, que se materializa no facto de os seus funcionários terem todos seguro de saúde pago pela empresa. “Quanto mais riqueza houver no mundo das empresas, mais felicidade no trabalho", defendeu o comendador em entrevista a José Alberto Carvalho.
Já em março de 2021, quando confrontado com os prejuízos que a empresa teve durante os de pandemia, Nabeiro limitou-se a dizer: "Temos prejuízos enormes, mas a fé não abala". Em junho, durante uma entrevista ao Jornal de Negócios voltaria a falar sobre o tema para garantir que nenhum empregado teve salários em atraso. “Não fomos ao lay-off para dizer está aqui o dinheiro, não, esse dinheiro era mais lento e diferente. Pensámos que íamos pagar do nosso bolso, porque ainda havia meios suficientes para o fazer”, contou.
