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A oposição, os media, a UE, a NATO e George Soros. Está toda a gente contra Robert Fico, que falou pela primeira vez desde o atentado

5 jun, 18:48
Robert Fico (AP)

Primeiro-ministro eslovaco diz que não odeia "o estranho que disparou contra si", mas acusa-o de ser um ativista da oposição e diz que o atentado não foi a "obra de um louco"

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, falou esta quarta-feira ao país pela primeira vez desde o atentado que sofreu a 15 de maio na cidade de Handlova.

Num discurso de 14 minutos publicado na sua página no Facebook, Fico começou por agradecer aos médicos e profissionais de saúde dos hospitais onde foi socorrido, e de imediato passou ao ataque aos seus opositores políticos.

O líder eslovaco criticou a oposição, que diz estar a "desenvolver o mal e o ódio político" até "proporções inimagináveis", e afirmou que já tinha alertado por várias vezes para a possibilidade de atentados contra figuras políticas do país. "Não tinha informações dos serviços de segurança, mas 32 anos de política avisaram-me", expressou

Considerando que foi atacado devido às suas convicções políticas, Fico afirmou que o homem que o atacou, Juraj Cintula, é um "ativista da oposição". No entanto, o primeiro-ministro eslovaco disse que perdoa o atirador. "Não sinto ódio pelo estranho que disparou contra mim", acrescentou Fico, que referiu que não vai pedir qualquer indemnização nem mover um processo judicial contra Cintula.

De seguida, as miras apontaram-se para os meios de comunicação social e "organizações políticas estrangeiras financiadas por George Soros", explicando que estão a minimizar o ataque contra si, qualificando-o como "a obra de um louco", e a dizer que a sua saúde não foi gravemente afetada. "Não tenho razões para acreditar que este foi o ataque de um louco solitário", referiu.

Fico teve também como alvo as grandes organizações das quais a Eslováquia é membro e as "grandes democracias ocidentais", que acusa de promover a política de "uma única opinião correta", algo que se agravou depois do início da invasão russa da Ucrânia e quando o governo eslovaco decidiu que apenas enviaria ajuda humanitária para o local do conflito. O governante afirma que, neste momento, a "única opinião correta" sobre a guerra é a de que a Ucrânia deve continuar a lutar "a todo o custo para enfraquecer a Rússia".

"É uma observação cruel, mas o direito de ter uma opinião diferente desapareceu na União Europeia", atirou.

Fico lamentou também a ausência de condenação internacional do seu ataque, isto apesar de muitos dos grandes líderes ocidentais, como a presidente da Comissão Europeia, o presidente francês, o chanceler alemão e mesmo Joe Biden o terem feito.

O primeiro-ministro da Eslováquia criticou também o anterior governo, liderado pela atual oposição entre 2020 e 2023, que acusa de abuso do sistema judicial e de ter submetido a política externa da Eslováquia "aos interesses dos grandes países".

Robert Fico mencionou que deverá voltar gradualmente ao trabalho entre o final de junho e o início de julho, algo que considera ser "um pequeno milagre".

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