Depois de ter presidido à última reunião do Conselho de Ministros e antes de apresentar formalmente a sua demissão ao rei Carlos III, Liz Truss falou à porta do número 10 de Downing Street: "Continuamos a lutar por entre a tempestade, mas acredito no Reino unido, acredito no povo britânico e acredito que dias melhores virão"
"Como escreveu o filósofo romano Senéca, não é porque as coisas são difíceis que não ousamos, é porque não ousamos que são difíceis. Deste meu tempo como primeira-ministra, fiquei mais convencida do que nunca de que precisamos de ser ousados e enfrentar os desafios", disse a Liz Truss, na sua última declaração ao país como primeira-ministra britânica, sublinhando a enorme honra que foi ter servido o país neste momento, ainda que por pouco tempo.
"Não nos podemos dar ao luxo de ser um país de crescimento lento", disse, explicando que o país tem de "aproveitar a liberdade" que o Brexit lhe trouxe, "para fazer as coisas de maneira diferente". Ou seja, "proporcionar mais liberdade aos nossos cidadãos. E restaurar o poder às instituições democráticas. Isto significa impostos mais baixos para que as pessoas tenham mais poder de compra".
"No pouco tempo que teve, este governo agiu de forma urgente e decisiva ao lado de famílias e empresas. Ajudámos milhões de lares com as contas de energia e ajudámos milhares de empresas a evitar a falência. Estamos a recuperar a nossa independência energética para que nunca mais estejamos sujeitos às flutuações do mercado global ou a potências estrangeiras malignas", disse Liz Truss.
Sobre a posição internacional do Reino Unido, declarou: "A democracia tem de prevalecer sobre os regimes autocráticos. E agora, mais do que nunca, temos que garatir que continuamos a apoiar a Ucrânia."
Terminou, desejando "o maior sucesso" a Rishi Sunak, "para bem do nosso país". "Continuamos a lutar por entre a tempestade, mas acredito no Reino unido, acredito no povo britânico e acredito que dias melhores virão", concluiu Liz Truss, que falou durante pouco mais de 90 segundos à porta da residência oficial do primeiro-ministro britânico, em Downing Street, depois de ter presidido à sua última reunião do Conselho de Ministros.
Liz Truss deixou o número 10 sob um enorme aplauso, acompanhada do seu marido Hugh e das duas filhas. Será agora recebida pelo rei Carlos III no Palácio de Buckingham, onde vai formalizar a demissão de primeira-ministra.
O novo líder do Partido Conservador, Rishi Sunak, vai ser indigitado primeiro-ministro britânico pelo Rei Carlos III, esta terça-feira. O monarca irá encarregá-lo de formar governo enquanto líder do partido com a maioria parlamentar.
O novo primeiro-ministro viajará de seguida para Downing Street, onde fará uma declaração no exterior pelas 11:35. Segue-se a formação do novo Executivo, devendo os principais nomes ser anunciados ainda hoje. Sunak elegeu como prioridade unir o partido, pelo que estará sob pressão para escolher representantes das diferentes correntes dos ’tories’.